BID aprova início de análises técnicas para aumento de capital
"Concluímos a assembleia com uma resolução. Foi aberta a porta para um processo de análise, um roteiro, visando um aumento de capital", afirmou o líder do BID, em entrevista coletiva concedida no fim da 61ª Assembleia Anual do órgão, que aconteceu de maneira remota, a partir da cidade de Barranquilla, na Colômbia.
Clever-Carone, o primeiro americano a comandar o BID, ao assumir a função no ano passado, destacou o apoio de grande parte dos 48 países-membros do BID.
"Nenhum líder rechaçou a moção para um aumento de capital. Toda a discussão foi sobre o momento, o processo e os pré-requisitos", disse o presidente do banco.
Contudo, Clever-Carone não deu detalhes específicos sobre o processo e observou que os governadores do BID serão apresentados com "algumas recomendações a curto e médio prazo" sobre esta análise e para discutir as etapas futuras.
A iniciativa aprovada hoje foi encabeçada por oito países: Brasil, Chile, Equador, Peru, Paraguai, Guiana, Suriname y Venezuela - representado na instituição pelo líder de oposição ao governo de Nicolás Maduro, Juan Guaidó).
Durante o encontro em Barranquilla, Claver-Carone defendeu a necesidade de um aumento geral de capital do BID e apresentou meta de US$ 20 bilhões (R$ 110,1 bilhões), para aumentar os recursos disponíveis para empréstimos na região.
Atualmente, o montante disponibilizado é de US$ 12 bilhões (R$ 66,1 bilhões) por ano.
A última ampliação de capital do banco de desenvolvimento aconteceu em 2008.
"Não tenho dúvidas de que nos quatro anos e seis meses que me restam, como prometi ser apenas um mandato, conseguiremos uma capitalização adicional do banco", disse o presidente do BID, que completou sobre a importância de um grupo bipartidário de senadores dos EUA ter endossado um aumento de capital.
CRISE PROFUNDA.
Um dos países que mostrou apoio explícito foi a Colômbia, cujo presidente, Iván Duque, insistiu estar ao lado "dos esforços de fortalecimento do banco".
"A América Latina precisa de um banco que cresça paralelamente às necessidades da região", disse o chefe de governo colombiano, durante discurso na Assembleia.
Durante o encontro, além disso, o BID apresentou o relatório macroeconômico em que destacou a necessidade urgente de reformas fiscais na região, para permitir uma "recuperação sustentável", diante da crise gerada pela pandemia da Covid-19.
"Sairemos desta crise mais pobres, mais endividados e com economias que terão um formato muito diferente em termos de suas estruturas produtivas", disse o economista-chefe do BID, Eric Parrado.
De acordo com o documento, a América Latina e o Caribe crescerão cerca de 4,1%, após queda de 7,4% do ano passado, a pior retração anual registrada desde 1821.
Referente a 2022, o relatório projeta que a expansão seja desacelerada até cerca de 2,5%.
INTEGRAÇÃO REGIONAL.
Durante a Assembleia também foi aprovado um fundo no valor de US$ 20 milhões (R$ 110,1 milhões) para o desenvolvimento de projetos de bioeconomia na Amazônia e foi relançado um programa voltado ao fortalecimento das mulheres empresárias da América Latina.
Houve também um apelo para que a região aproveite os efeitos econômicos da pandemia, tais como a ruptura das cadeias de abastecimento globais, e se concentre na relocalização de negócios e na integração econômica.
"A América Latina e o Caribe devem fazer um esforço para alcançar uma maior integração regional que, por sua vez, permitirá uma inserção mais eficientemente no mundo", disse Claver-Carone, em um dos seminários do evento.
Um dos elementos considerados cruciais para uma maior proximidade com o mercado mundial são os Estados Unidos, segundo o presidente do BID.
Claver-Carone citou como exemplo a Colômbia, que "já é o local de realocação de atividades em serviços tecnológicos, alimentos, bebidas, plásticos e resinas" e tem o potencial de expansão em setores como o farmacêutico e o automotivo.
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