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Japão decide despejar no Pacífico água processada de usina de Fukushima

13/04/2021 01h23

Tóquio, 13 abr (EFE).- O governo do Japão decidiu nesta terça-feira (data local) que a água contaminada que está armazenada na usina nuclear de Fukushima será despejada no oceano Pacífico após receber tratamento para a remoção da maioria dos elementos radioativos.

A polêmica iniciativa pretende resolver o acúmulo de água radioativa na central nuclear de Daiichi, um dos problemas mais urgentes no complexo processo de desativação da usina danificada pelo terremoto e posterior tsunami de março de 2011.

O primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga tomou a decisão hoje em uma reunião de seu gabinete após consultas com a empresa operadora da usina, Tokyo Electric Power, e com o órgão regulador nuclear japonês, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e autoridades de Fukushima, entre outras partes.

A liberação controlada de água da usina foi a medida que as autoridades japonesas haviam escolhido desde o início do ano passado, por a considerarem a mais viável entre uma série de outras opções tecnicamente mais complexas.

Porém, a decisão havia sido adiada devido à oposição das autoridades de Fukushima e das associações de pescadores locais, que acreditam que a medida poderia prejudicar ainda mais suas atividades econômicas, que foram duramente atingidas pelo acidente nuclear de 2011.

O governo japonês considera que o derramamento não vai gerar nenhum risco à saúde humana, porque os níveis de trítio liberados no mar ficarão abaixo dos padrões nacionais de saúde - ao serem misturados com a água do mar - e defendem que esta é uma prática comum na indústria nuclear em outros países.

A água contaminada está armazenada em enormes tanques e é procedente do resfriamento de núcleos de reatores nucleares danificados, assim como de aquíferos subterrâneos e da chuva.

A central de Fukushima Daiichi possui um sistema de processamento de água que remove a maioria dos materiais radioativos considerados perigosos, com exceção do trítio, um isótopo natural, mas de baixa concentração.

Mais de 1,25 milhão de toneladas de água processada são armazenadas nas instalações da Daiichi, e espera-se que a capacidade para seu armazenamento seja esgotada até o outono do próximo ano, ao ritmo atual em que está sendo gerada.