Ministros do Mercosul se reúnem virtualmente com foco em debate comercial
A XII Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum foi convocada pelo chanceler da Argentina, Felipe Solá, por se tratar do país que ocupa a presidência semestral do bloco, e teve início por volta das 11h (horários de Buenos Aires e Brasília).
Segundo o Ministério das Relações Exteriores argentino, a reunião, fechada à imprensa e realizada por teleconferência devido à pandemia de covid-19, vai abordar a tarifa comum e as negociações do grupo com outros países ou blocos.
Ambos são temas há muito discutidos no Mercosul e que geram diferenças entre alguns membros, o que se tornou evidente durante a cúpula presidencial realizada em 26 de março por ocasião do 30º aniversário do grupo.
CONTROVÉRSIA SOBRE LIBERALIZAÇÃO DO COMÉRCIO.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que defende um bloco menos protecionista, com uma tarifa externa mais baixa e mais aberto a acordos com outros mercados, advertiu que o Mercosul "não pode e não deve ser" um "fardo" ou uma "camisa de força" para os membros.
Em resposta, o argentino Alberto Fernández, que está seguindo uma política em seu país mais focada em restringir as importações para fortalecer a indústria local, rejeitou a ideia do colega uruguaio, que, para ele, "pouco faz para ajudar a união".
"Não queremos ser o fardo de ninguém. Se somos um fardo, que se pegue outro navio, disse o presidente argentino.
Enquanto Brasil e Uruguai defendem a necessidade de flexibilizar as regras que impedem os membros do Mercosul de negociar acordos comerciais com outros mercados de forma independente, a Argentina insiste no caminho contrário.
"A Argentina enfatizará sua profunda vocação para negociar junto com um Mercosul unido, conforme estabelecido no Tratado de Assunção, e continuará a aprofundar a agenda ativa em curso, estabelecendo prioridades para avançar nos diversos cenários", disse em comunicado o Ministério das Relações Exteriores do país.
DIFERENÇAS SOBRE TARIFA COMUM.
A Tarifa Externa Comum (CET), estabelecida em 1994 e cujo processo de revisão começou há dois anos, está fixada em um máximo de 35%, mas a média aplicada é de 12%, em comparação com uma média mundial de 5,5%.
O Brasil pede uma redução substancial e ampla das tarifas, mas a Argentina prefere reduções mais moderadas e seletivas, que não afetam os fabricantes nacionais sem a capacidade de competir com as importações de outros mercados.
Neste sentido, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores argentino, o país apresentará uma proposta de modificar a tarifa comum "inspirada nos objetivos de priorizar os aspectos produtivos e instrumentos que favorecem a competitividade, cuidando das sensibilidades setoriais".
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