IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ministro da Agricultura da França critica qualidade da carne brasileira

Processamento de carne de frango em frigorífico de Itatinga (SP) - Paulo Whitaker
Processamento de carne de frango em frigorífico de Itatinga (SP) Imagem: Paulo Whitaker

Da EFE, em Paris (França)

10/09/2021 22h15

O ministro da Agricultura da França, Julien Denormandie, questionou hoje a qualidade dos peitos de frango importados do Brasil e disse que eles "não têm o mesmo impacto sobre a saúde das crianças" que a carne produzida no país europeu.

"Não nos enganemos: dar um peito de frango do Brasil ou da Ucrânia a nossos filhos simplesmente não tem o mesmo impacto sobre sua saúde que um peito de frango francês", declarou Denormandie em uma feira agrícola em Corbières-en-Provence, no sul da França.

"Por fim, vamos implementar o famoso regulamento sobre a origem da carne. A partir de 2022, será obrigatório em todas as cantinas públicas ou privadas indicar a origem da carne", destacou.

De acordo com o ministro, "quando um pai vê que a carne vem do Brasil ou da Ucrânia, talvez desperte sua consciência".

As declarações de Denormandie foram feitas em um momento de incertezas sobre o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, do qual a França é forte opositora, alegando que o bloco sul-americano não cumpre as regras ambientais e sanitárias europeias.

A fala do ministro aconteceu em uma feira na qual o presidente francês, Emmanuel Macron, também discursou sobre a "soberania" agrícola da França.

"Não vamos importar produtos de fora supostamente com regras sanitárias menos rigorosas do que as nossas. Isso é um absurdo", disse Macron.

O presidente francês também falou em reduzir o uso de produtos fitossanitários, como o glifosato, e opinou que esta é uma questão que precisa ser abordada "em nível europeu".

"Não adianta reduzir os produtos fitossanitários se o esforço em um país vizinho não for o mesmo e a estratégia não for a mesma", advertiu, argumentando que isso cria uma concorrência desleal entre os países do bloco europeu.

Macron também afirmou que só substituirá os pesticidas quando houver um substituto menos prejudicial. No caso dos inseticidas neonicotinoides, que são considerados um risco para a população de abelhas, ele reconheceu que estão sendo mantidos por falta de uma alternativa.