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BM lamenta que países ricos acessem capital que poderia ir para os pobres

20/04/2022 20h28

Washington, 20 abr (EFE).- O Banco Mundial (BM) lamentou nesta quarta-feira que, nos últimos anos, os países com economias desenvolvidas estejam acessando capital nos mercados globais, que poderia auxiliar outras nações a avançar.

Em uma entrevista coletiva virtual, concedida como parte da reunião de primavera que a organização faz junto com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente do BM, David Malpass, se disse preocupado com a profunda "desigualdade" que a situação gera.

"O que temos neste momento é uma distribuição de capital que deriva em profundas desigualdades. De fato, a desigualdade está voltando cada vez pior", afirmou o economista.

Segundo Malpass, uma das causas deste fenômeno é que as políticas macroeconômicas dos países ricos, especialmente, as medidas de expansão monetária adotadas durante a pandemia da covid-19, tiraram das nações desenvolvidas os recursos que poderiam ter ido parar nas mãoes dos mais pobres.

"(Os ricos) estiveram tomando muito dinheiro emprestado dos mercados de capital globais, o que deixou menos dinheiro para o restante dos países. Isso é algo que pode melhorar", afirmou.

Malpass, por outro lado, celebrou a mudança de tendência nos últimos meses dos bancos centrais de muitos países e de regiões desenvolvidas, com o abandono de medidas expansivas da pandemia da covid-19, com a adoção de políticas mais contracionistas, como nos cados do Federal Reserve, dos Estados Unidos, do Banco da Inglaterra, e do Banco Central Europeu.

O presidente do BM comemorou, não apenas as altas das taxas de juros, mas também a redução da venda de ativos como bônus ou letras do Tesouro, ao considerar que isso terá um efeito estimulante no clima de investimentos globais.

"Os bancos centrais podem usar ferramentas que ajudem a aumentar a oferta e permitam melhorar a distribuição de capital, algo que, em meu juízo, é vital", concluiu Malpass.

Hoje, o FMI rebaixou em 0,8% a anterior previsão de crescimento da economia mundial para 2022, que fica situada em 3,6%. EFE