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Visa investe milhões contra crimes cibernéticos cada vez mais sofisticados

29/04/2022 15h40

Miami, 29 abr (EFE).- Os crimes cibernéticos estão se tornando cada vez mais sofisticados e com ataques mais ambiciosos a indivíduos, empresas e instituições, advertiu o diretor global de risco da empresa de tecnologia de pagamentos Visa, Paul Fabara, que ressaltou a importância de que os investimentos em tecnologia estejam sempre um passo à frente dos criminosos.

A pandemia de covid-19 fez com que milhões de pessoas e empresas começassem a usar o comércio eletrônico, e com isso houve um aumento do risco de fraudes e crimes cibernéticos, tornando necessário um investimento em segurança de última geração para transações financeiras.

"A maioria dos criminosos é muito mais sofisticada em termos de ferramentas, habilidades e conhecimentos. E eles estão se envolvendo mais em ataques de negação de serviço ou DDos e, mais especificamente, em 'ransomware' (sequestro de dados)" para obter um resgate, disse Fabara em uma entrevista à Agência Efe.

Por exemplo, as tentativas de crimes cibernéticos na Argentina aumentaram 60% em 2020, o primeiro ano da pandemia, de acordo com dados da Associação Argentina de Combate ao Cibercrime. Na Espanha, 28% dos usuários de internet sofreram um grave incidente de cibersegurança no primeiro semestre de 2021, segundo com um estudo da ObservaCiber.

Para minimizar as chances de sucesso de fraudes e crimes cibernéticos, a Visa investiu mais de US$ 9 bilhões nos últimos cinco anos e conta com uma equipe de mais de 1.000 pessoas monitorando constantemente o que está acontecendo no ecossistema de pagamentos cibernéticos.

CRIMINOSOS DO GRANDE JOGO.

O executivo da multinacional reconheceu que, com a chegada de milhões de novos clientes, as ameaças aumentaram, e ele não acredita que elas "diminuirão em breve", muito pelo contrário, pois os criminosos têm acesso à "mesma tecnologia" que as grandes empresas do setor.

"Acho que os ladrões continuarão muito ativos no espaço do comércio eletrônico, e muitos deles, com o passar do tempo, acho que passarão para crimes maiores", advertiu.

Ainda de acordo com Fabara, o advento da computação quântica no setor tornará o cenário mais desafiador, pois se um computador comum pode levar 92 anos para quebrar um código de oito caracteres, com a nova tecnologia esse tempo será "drasticamente reduzido".

"CAMADAS" DE SEGURANÇA.

Fabara, que antes de chegar à Visa, em 2019, trabalhou em American Express e Barclays, enfatizou que as barreiras para acabar com essas tentativas de fraude e crimes cibernéticos estão disponíveis e funcionam.

Além de sua equipe de 1.000 pessoas que monitora, escaneia e revisa sistemas para detectar atividades suspeitas e vulnerabilidades, também atua a inteligência artificial, na qual a companhia investiu US$ 500 milhões para detectar fraudes através de seu vasto banco de dados de bilhões de transações.

Houve, ainda, adição de "camadas" à segurança, e os dados dos clientes são protegidos nas transações através de autenticação baseada em tokens. EFE