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Sánchez expõe Espanha forte e que resiste a efeitos da guerra na Ucrânia

24/05/2022 18h54

José Miguel Blanco

Davos (Suíça), 24 mai (EFE).- O presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, apresentou nesta terça-feira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, um país com uma economia "forte", mais capaz de resistir melhor às consequências da guerra na Ucrânia do que outros europeus e que está procurando liderar setores como a indústria de semicondutores.

Enquanto em suas duas participações em edições anteriores do Fórum de Davos ele havia enviado mensagens de confiança na economia espanhola, desta vez Sánchez frisou que os indicadores mostram que há razões para continuar a ver o futuro com otimismo.

Em seu discurso na sessão plenária do fórum, ele deixou claro que nenhum país está livre de ser afetado pelas consequências da guerra na Ucrânia, mas que os resultados "impressionantes" de algumas das reformas que está promovendo, incluindo a do mercado de trabalho, mostram que a Espanha "está contendo os danos muito melhor do que outras economias".

Sánchez acredita que isso é evidenciado pelo crescimento de 6,4% interanual do PIB no primeiro trimestre, a previsão de crescimento de 4,3% em 2022, o aumento do emprego, a queda do déficit fiscal e a recuperação de setores como as exportações e o turismo.

CORRIDA DE LONGA DISTÂNCIA.

Além disso, tendo em vista as perspectivas de médio e longo prazo, o governante alegou que os fundamentos da economia espanhola são ainda mais fortes, com instrumentos como o Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência, os fundos europeus da próxima geração e a aprovação de projetos estratégicos.

O último deles foi aprovado nesta terça-feira na Espanha para o setor de microchips e semicondutores, com 12 bilhões de euros de investimento público.

"Queremos nos tornar o melhor parceiro desta indústria e apoiar seus esforços para expandir e diversificar a produção de microchips para lidar com a crescente demanda e as interrupções na cadeia de fornecimento", declarou.

Em Davos, Sánchez transmitiu essa ideia em reuniões com os CEOs das gigantes tecnológicas Intel, Qualcomm, Micron e Cisco.

Após estes encontros, ele falou a respeito nas redes sociais. "A Espanha está embarcando em uma corrida de longa distância para se tornar uma referência na indústria de semicondutores", escreveu.

Antes dos participantes da sessão plenária, incluindo diretores de empresas espanholas como Telefônica, Iberdrola, Repsol e BBVA, Sánchez enfatizou que também quer que o país seja um líder mundial em sustentabilidade.

ALTERNATIVA ENERGÉTICA.

Em outro evento no fórum, uma mesa redonda sobre segurança energética na Europa, o presidente do Governo também ofereceu a Espanha como parte da solução para um problema, o dos cortes no fornecimento de energia por parte da Rússia.

Ele ressaltou que a Espanha representa 37% da capacidade total de regaseificação da União Europeia, e que, junto com Portugal, abriga cerca da metade do armazenamento de gás natural liquefeito da União Europeia. Por isso, acredita que o sul da Europa é uma alternativa para o fornecimento de gás para o restante do continente.

Mas há um inconveniente que torna o plano difícil: o fato de a Península Ibérica ter poucas conexões no âmbito da energia com os demais países da Europa.

Sánchez lamentou a falta de "vontade política" para promover essas conexões. Ele acredita que esse, e não o financiamento destas infraestruturas, é o verdadeiro obstáculo para que elas se tornem uma realidade.

Para o político, a redução da conta de luz deveria ser uma das prioridades da União Europeia e, neste contexto, apelou para o aumento da participação das energias renováveis, acelerando as compras conjuntas de gás, diversificando os fornecedores e atualizando e modernizando as regras do mercado elétrico europeu.

"Não faz qualquer sentido continuar pagando preços tão exorbitantes pelo gás que acabam envenenando o mercado de eletricidade e a conta de eletricidade", acrescentou. EFE