Saída de Temer não é o melhor para a economia, avalia GO Associados
Na opinião do economista, o áudio da conversa entre Joesley e Temer foi inconclusivo e mostrou "distorção brutal" entre a notícia antes da divulgação da gravação e seu conteúdo em si. A informação inicial divulgada pelo jornal "O Globo" era de que o presidente teria dado aval para a compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. "Foi uma situação similar a da Operação Carne Fraca, em que havia verdades, mas a divulgação foi desproporcional aos acontecimentos."
A consultoria agora trabalha com dois cenários para os indicadores econômicos: o primeiro considera que a instabilidade política vai se dissolver de maneira razoavelmente rápida, dando continuidade à política econômica e às reformas em curso; o outro, mais pessimista, espera que a indefinição vai se prolongar até o final deste ano, com piora da confiança e dos ativos brasileiros em decorrência disso.
O economista Luiz Castelli, também da GO, explicou que fez um exercício do "pior cenário" com o Risco País alcançando o mesmo patamar do auge da crise do governo Dilma. Assim, o dólar poderia chegar a R$ 3,66 no final do ano. A Bolsa poderia cair a 48 mil pontos.
No cenário extremo, a queda do juro terminaria no nível de 10% no fim de 2017, ante 8,5%, e, neste mês, o Copom optaria por um corte de 0,50 ponto porcentual. A atividade também seria prejudicada pela piora na confiança e o recuo menor da Selic. Em 2017, há possibilidade de continuidade da recessão, com nova retração do PIB, que pode ficar entre 1% e 1,5%. A GO também vê reflexos para 2018, com o PIB ficando estável ante previsão de crescimento de 2,5%.
Futuro de Temer
Do ponto de vista jurídico, a GO avalia que, com os fatos conhecidos até o momento, a saída de Temer do cargo não se justificaria, segundo o sócio executivo da área jurídica da consultoria, Fernando Marcato.
Em sua análise, Temer poderia ser investigado por crime comum, de prevaricação e obstrução de Justiça pelo STF. Há também a possibilidade de inclusão da delação da JBS no processo de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. "Mas nós acreditamos que nem TSE nem o STF vão interferir no processo de retirada do presidente."
Marcato diz que a delação da JBS, em princípio, não está relacionada com o objeto da ação no TSE, que investiga o abuso de poder econômico nas eleições de 2014. Já, no STF, o áudio da conversa entre Temer e Joesley é insuficiente para provar crimes e, então, precisariam de muitas outras provas.
Outra possibilidade seria o enquadramento de Temer em crime de responsabilidade, dentro da lei do impeachment. "O que seria um processo mais político, que dependeria mais do Congresso, e não precisaria de tantas provas."
Sobre a JBS, a operação no mercado de câmbio com informação privilegiada deve ser alvo de processo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse Marcato. "De fato, pode configurar crime."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.