País recebeu US$ 3,46 bilhões logo após estouro da crise política
O movimento chama a atenção já que a crise política, em tese, torna o País menos atrativo a investimentos diretos em empresas ou em ativos como ações e títulos públicos.
"É difícil definir precisamente o que está acontecendo num dia específico no mercado de câmbio. Há muitos participantes que têm posições opostas, que têm interesses opostos", disse o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, que preferiu não atribuir o movimento a uma causa específica.
O País recebeu US$ 1,91 bilhão líquido pela via financeira na quinta e sexta-feira. Pela via comercial, ingressaram US$ 1,55 bilhão. Esse fluxo foi mais forte justamente na quinta-feira, primeiro dia da reação do mercado financeiro às delações da JBS. Na ocasião, o dólar disparou mais de 8% ante o real.
Para o economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, foi justamente a alta do dólar ante o real que favoreceu a entrada de recursos no Brasil. "É lógico que as decisões dependem muito de julgamentos pessoais, mas muita gente acreditou, quando o dólar bateu em R$ 3,40, que aquele seria o teto para a moeda e, por isso, seria um bom momento para vender."
Em abril, o País teve superávit de US$ 1,15 bilhão na conta corrente do balanço de pagamentos. O número - que expressa entradas e saídas em função do comércio de bens e serviços, além de pagamentos e transferências - foi o melhor para um mês de abril desde 2007. Foi também o segundo superávit mensal seguido. No acumulado do ano, porém, acumula déficit de US$ 3,50 bilhões.
Esse rombo vem sendo coberto pelos Investimentos Diretos do País (IDP), que somam US$ 29,53 bilhões no ano. Só em abril, entraram US$ 5,58 bilhões. Já os brasileiros em viagem ao exterior deixaram em outros países US$ 908 milhões em abril, já descontados os gastos de estrangeiros em visita ao Brasil. No ano até abril, os gastos líquidos de brasileiros lá fora já somam US$ 3,54 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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