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Caixa só retomará linha da casa própria com recursos do FGTS em 2018

Murilo Rodrigues Alves

Brasília

07/07/2017 14h21

A Caixa Econômica Federal voltou atrás e só vai reabrir a linha de crédito à casa própria com recursos do FGTS, a linha pró-cotista, em 2018. Essa linha, uma das mais vantajosas do mercado, financia a compra de imóveis de até R$ 950 mil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de até R$ 800 mil nos outros Estados. É a linha de empréstimo habitacional mais barata depois do Minha Casa Minha Vida.

Em nota oficial, o banco estatal informou que já liberou no primeiro semestre deste ano todos os recursos disponíveis da linha, R$ 6,1 bilhões. Em 2016, foram liberados R$ 5,5 bilhões nesta linha.

O banco já tinha interrompido os desembolsos da pró-cotista em maio. Os financiamentos só voltaram depois que o Ministério das Cidades remanejou R$ 2,5 bilhões da faixa destinada às famílias com renda mais alta no Minha Casa Minha Vida. Mas o dinheiro foi insuficiente, e o banco voltou a suspender a linha em junho.

Na semana passada, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, chegou a dizer que a linha seria retomada "nos próximos dias". Ele afirmou que a previsão é que fossem realocados R$ 2 bilhões do FGTS destinados à área de saneamento. O jornal "O Estado de S.Paulo" apurou, porém, que não foi possível um novo remanejamento por falta de recursos no fundo.

Segundo a Caixa, a falta de recursos para a linha pró-cotista não tem relação com a decisão de liberar mais de R$ 40 bilhões das contas inativas do FGTS. "O saque por parte do trabalhador faz parte do modelo conceitual do FGTS e não fragiliza a capacidade de investimentos, autorizados pelo conselho curador do fundo, nas áreas de saneamento, infraestrutura e habitação", diz a nota do banco.

A linha pró-cotista só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o FGTS. Além disso, eles precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do valor do imóvel.

A taxa de juros desta linha varia entre 7,85% e 8,85% ao ano, bem abaixo dos contratos firmados com recursos da poupança, que hoje custam ao mutuário até 12,25% ao ano.