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BC: TLP trará ciclo virtuoso, estabilizando atividade e inflação

Idiana Tomazelli e Fabrício de Castro

Brasília

12/07/2017 17h42

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tiago Couto Berriel, afirmou nesta quarta-feira, 12, que o BC trabalha para que a oscilação da inflação seja menor daqui para frente. "Isso não é uma promessa, mas um compromisso", disse.

O diretor disse ainda que, diante desse compromisso, a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) trará um ciclo virtuoso, estabilizando a atividade e contribuindo para o controle do ritmo de avanço de preços na economia. O cálculo da nova taxa é vinculado à TN-B, título público atrelado à inflação.

"Pessoas dizem que inflação gera volatilidade maior na TLP, mas isso não é verdade. TLP trará ciclo virtuoso, estabilizando atividade e inflação, e isso estabiliza a própria TLP", disse Berriel.

O diretor do BC argumentou que a atual Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) depende de decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN), o que retira sua previsibilidade. "Não há garantia de que TJLP fique no patamar atual (7,0% ao ano), maior ou menor", afirmou.

Berriel criticou ainda a forma atual de subsídio pela TJLP, que é implícito. Ele se dá pela diferença que há hoje entre o custo que o Tesouro Nacional paga ao mercado para se financiar, que é a Selic (hoje em 10,25% ao ano), e a TJLP, em 7% ao ano. Nos quatro primeiros meses deste ano, o governo já teve um custo de R$ 5,97 bilhões por conta dessa diferença (o chamado subsídio implícito). Mas no passado recente, com um diferencial de juros ainda maior, essa conta chegou a mais de R$ 20 bilhões em 2014.

"O País pode dar subsídio, mas dentro do Orçamento, com transparência. O subsídio tem que ser debatido e ranqueado ante outros gastos, não fora do balanço. Essa maneira (de subsídio implícito) não é transparente", criticou o diretor do BC.

Berriel disse também que a TLP não significa eliminar totalmente o crédito subsidiado da economia. Mas ele alertou que nenhum país hoje dá crédito a empresas a uma taxa de juros menor que o seu próprio custo de financiamento. "Estamos aproximando taxa de financiamento do BNDES ao custo de oportunidade do Tesouro Nacional", explicou.