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BNDES: estimativa de TLP no início de 2018 aponta para 3,2%

Idiana Tomazelli

Brasília

12/07/2017 16h02

Estimativas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apontam que, no início de sua vigência em janeiro de 2018 a Taxa de Longo Prazo (TLP) deve resultar em taxa real de 3,2%, disse nesta quarta-feira, 12, Fabio Giambiagi, superintendente da instituição. Giambiagi participa de audiência pública para debater a Medida Provisória (MP) 777, que cria a TLP. O cálculo leva em conta a hipótese de que a inflação fechará o ano em 3,8%.

A TLP vai refletir mais de perto o custo de captação do Tesouro, eliminando o subsídio implícito ao longo de cinco anos. Isso porque o cálculo da taxa é vinculado à NTN-B, título público atrelado à inflação. A ideia do governo é que a nova Taxa de Longo Prazo possa variar mês a mês, mas não mude uma vez fixada em determinado contrato de financiamento. Ela será aplicada em contratos assinados a partir do início de 2018, segundo a proposta do governo.

Giambiagi ressaltou ainda que, entre 2022 e 2023, uma estimativa realista para o juro real da NTN-B de cinco anos é 3,5%. Nesse cenário, o desafio para o BNDES será dado não pelo aumento da TLP, mas sim pela queda da taxa real de mercado. "Isso obrigará o BNDES a ser mais competitivo, com custos menores, spreads menores, prazos menores e maior disputa por clientes", disse o superintendente.

A TLP foi criada com o objetivo de reduzir a diferença que há hoje entre o custo que o Tesouro Nacional paga ao mercado para se financiar, que é a Selic (hoje em 10,25% ao ano) e a taxa que a União cobra nos empréstimos ao BNDES, que é a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), em 7% ao ano. Nos quatro primeiros meses deste ano, o governo já teve um custo de R$ 5,97 bilhões por conta dessa diferença (o chamado subsídio implícito). Mas no passado recente, com um diferencial de juros ainda maior, essa conta chegou a mais de R$ 20 bilhões em 2014.

Giambiagi ressaltou mais cedo que o banco, como órgão público, "endossa" a proposta do governo para a criação da nova taxa. "Nos deparamos com o fim de uma era de juros altos, desembolsos contracíclicos e o alto diferencial entre a Selic e a TJLP", disse. Agora, a realidade deve ser juros menores e tamanho do BNDES similar ao observado entre 1995 e 1996.

O superintende destacou ainda que a ex-presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques passou a enfatizar a importância do suporte do banco a pequenas empresas, uma filosofia corretamente mantida pelo atual presidente, Paulo Rabello de Castro. "É desafio importante para instituição", disse.