Indústria e agricultura puxaram melhora nos transportes, diz analista do IBGE
"Não dá ainda para afirmar que há uma recuperação", ponderou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "Desde abril de 2015, o setor de serviços vem apresentando taxas negativas. Na verdade, vem caindo desde janeiro de 2015. O movimento foi interrompido em março daquele ano (2,3%), daí voltou à trajetória de queda", lembrou o pesquisador.
Na comparação maio de 2016, houve expansão nos Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (4,9%) e nos Serviços prestados às famílias (1,0%). O crescimento observado nos Transportes foi o primeiro resultado positivo desde março de 2015.
"Desde então o setor apresentava taxas negativas de uma forma constante. O que explica isso? Uma maior demanda por parte do setor industrial e agrícola, que contrataram mais os serviços de transportes, e também o aumento das exportações, que no caso atingiram mais o ramo aquaviário. Como tem um peso pequeno, foi o transporte terrestre que teve contribuição maior para o crescimento, não só o rodoviário mas o ferroviário também", explicou Saldanha.
Já o desempenho dos serviços prestados às famílias teve contribuição do arrefecimento da inflação."Observamos uma melhora na renda das famílias e também uma estabilidade dos preços dos serviços que compõem o grupo. Então isso de uma certa forma contribuiu para um incremento", justificou o analista do IBGE.
Na direção oposta, os segmentos com perdas em maio foram os de Outros serviços (-6,2%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (-5,7%) e Serviços de informação e comunicação (-2,9%).
"Os serviços de informação e os profissionais têm peso muito grande. Eles interferiram de uma forma negativa para que o total ficasse ainda negativo", lembrou Saldanha.
O agregado especial das Atividades turísticas registrou recuo de 5,2% em relação a maio de 2016.
Em termos de composição da taxa global de volume em maio, as contribuições positivas foram dos segmentos Transportes (1,2 ponto porcentual) e Serviços prestados às famílias (0,1 ponto porcentual). Os impactos negativos foram de Serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,5 ponto porcentual), Serviços de informação e comunicação (-1,2 ponto porcentual) e Outros serviços (-0,5 ponto porcentual).
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