Neoenergia eleva proposta para compra da Eletropaulo
O contra-ataque da Neoenergia ocorreu um dia depois de a Enel melhorar as condições de sua oferta. Na quinta-feira, a empresa elevou de R$ 1 bilhão para R$ 1,5 bilhão o aumento de capital que fará caso vença a disputa pela distribuidora paulista - hoje a maior da América Latina. Atualmente a italiana controla três distribuidoras no Rio de Janeiro, Ceará e Goiás. A Neoenergia detém a concessão de quatro concessionárias Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Com a forte competição travada nos últimos dias, as ações da concessionária terminaram a semana com alta de 31,77%, cotada em R$ 28,99. A primeira proposta pela compra da Eletropaulo, de R$ 19 por ação, foi feita pela Enel, no fim de março. Mas a mineira Energisa, que controla nove distribuidoras no País, elevou o patamar das negociações ao fazer uma oferta vinculante - prática pouco usual no Brasil. Segundo fontes, o preço de R$ 19,38 foi considerado baixo, mas mudou o ambiente das negociações.
Após o movimento da empresa nacional, a Neoenergia fez sua primeira proposta, de R$ 25,51 por ação, superada no mesmo dia por nova oferta da Enel, de R$ 28. Por ora, ninguém no mercado descarta que novos lances possam ser dados nos próximos dias para ficar com a Eletropaulo.
Interesse. Segundo especialistas, os atrativos da distribuidora são muitos. O presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos Mello, destaca que a área atendida pela empresa tem elevado consumo e inadimplência baixa. Além disso, a base de ativos (usada para a revisão tarifária) é baixa por causa da falta de investimentos. "O novo dono vai entrar, fazer vários investimentos e elevar a tarifa, hoje uma das menores do País", explica o executivo.
A Eletropaulo, cujos principais acionistas são a americana AES e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem cerca de 18 milhões de clientes em 24 municípios de São Paulo e fatura R$ 21 bilhões.
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