Bloqueio de caminhoneiros pode afetar movimentação de soja em MT, diz Aprosoja
Segundo o presidente da Aprosoja-MT, 30% da soja de Mato Grosso ainda precisa ser retirada do Estado, sendo que 20% da safra ainda não foi negociada pelos produtores. "Precisaria de espaço para o milho", disse. Conforme Galvan, os produtores apoiam os caminhoneiros contra aumentos nos combustíveis. "A única coisa não compactuamos é a tabela de frete porque isso não resolve e quem pagaria a conta somos nós. Para os pleitos sobre o valor do combustível, somos solidários."
Com relação ao milho, o efeito da greve dos caminhoneiros é limitado porque a colheita ainda não começou na maioria das áreas produtoras mato-grossenses, segundo Galvan. "Praticamente nada foi colhido. Só um ou outro que tem algum compromisso de entrega que começou a colher. Produtores do Estado devem colher mesmo em junho, mais uns 10 dias para frente."
Conforme o presidente da associação, em Mato Grosso, no primeiro dia, a paralisação ainda é bem incipiente, com poucos pontos de bloqueio. "Acreditamos que isso vai aumentar no decorrer da semana se o governo não revisar seu posicionamento."
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) pediu ao governo medidas diante do aumento do diesel nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o combustível. A associação pede que o governo zere a carga tributária sobre operações com óleo diesel e também a isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a receita da venda interna de óleo diesel a ser usado pelo transportador autônomo de cargas.
Segundo ele, outra preocupação da Aprosoja-MT é o estado de conservação da BR-163 rumo aos portos do Arco Norte, tanto em trechos asfaltados como não asfaltados. Uma equipe da Aprosoja vai percorrer a partir de terça-feira trecho de Sinop (MT) a Miritituba (PA) para fazer um diagnóstico dos trechos mais críticos e pedir ao governo "providências urgentemente". "O caminhão está levando de 30% a 40% mais tempo para fazer uma viagem na rodovia do que fazia no ano passado."
Conforme Galvan, o tráfego não chega a ser interrompido como ocorreu em 2017, mas os veículos de carga não conseguem desenvolver velocidade. "Perdem muito tempo e gastam mais combustível."
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