Discussão sobre preços de combustíveis está sendo feita com cautela, diz Marun
Ele destacou que as questões que envolvem o preço dos combustíveis têm razões internacionais, como a alta do dólar e o preço internacional do petróleo, o que traz um "indesejável aumento dos preços dos combustíveis".
O ministro confirmou que nesta terça-feira acontece uma reunião da área técnica do governo, com os ministros de Minas e Energia, Fazenda e o presidente da Petrobras, para analisar e avaliar medidas possíveis. "Mas tudo feito com cautela e responsabilidade, até para que não se tome decisões que, no lugar de contribuir para a solução do problema, venham agravar ainda mais", insistiu.
Questionado sobre as alternativas que estariam sendo estudadas pelo governo, Marun disse que, na segunda-feira, 21, em reunião que ocorreu sobre o tema no Palácio do Planalto, ele participou quase como "ouvinte" e não teria como contribuir neste momento. Mas o ministro disse acreditar que nada esteja descartado, a não ser obrigar a Petrobras a trabalhar com preços que não sejam reais. "Esta situação é que não está no horizonte, até porque não é possível. Isso não vai acontecer", ressaltou.
Marun reconheceu, no entanto, que essa imprevisibilidade do preço dos combustíveis "incomoda", como também afirmou na segunda-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Marun destacou que preços, como dos fretes, têm essa imprevisibilidade diante da variação dos preços dos combustíveis. "Tudo que vier a ser feito vai ser feito e, se vier a ser feito, vai acontecer com a anuência da Petrobras e garantindo a saúde financeira dessa empresa", reforçou.
O ministro lembrou que existe a questão fiscal e muitas questões estão à mesa e a discussão ainda deve avançar nesta terça - e talvez na quarta-feira. "São decisões que envolvem consequências graves, têm que ser tomadas com responsabilidade, mas eu diria que nada está descartado e nada está certo. Outras situações estão sendo avaliadas e suas consequências."
Questionado se o governo não teria um conforto maior, principalmente fiscal, se tivesse feito o dever de casa e aprovado a reforma da Previdência, Marun reagiu: "Dizer que o governo não fez dever de casa remete à população a ideia de que poderíamos ter feito reforma da Previdência por decreto. Não vivemos ditadura, vivemos democracia, onde governo propõe e o Congresso vota", disse
O ministro retomou a tese de que o governo perdeu capital político em razão das denúncias do executivo Joesley Batista, envolvendo o presidente, o que prejudicou o andamento da reforma. "O governo perdeu capital político em razão daquela conspiração asquerosa liderada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, numa conspiração asquerosa para um vazamento seletivo, que levou órgãos da imprensa a divulgar uma versão enganosa e isso nos tirou a grande oportunidade de aprovação da reforma da previdência", disse.
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