Com crise, brasileiro opta por alimento mais barato, diz estudo da Fiesp
O levantamento, intitulado "A Mesa dos Brasileiros: transformações, confirmações e contradições" ouviu 3 mil pessoas em 12 regiões metropolitanas do País.
O motivador da mudança, aponta, é a crise.
"Os brasileiros tiveram de rever muitos dos seus hábitos, inclusive aqueles relacionados à alimentação", diz o Deagro/Fiesp, em nota. "O processo de racionalização do consumo atingiu 70% dos entrevistados, que admitiram ter mudado ao menos algum de seus hábitos de compras e consumo de alimentos em função da crise." A busca por alimentos com desconto ou em promoção, por exemplo, se intensificou, passando de 43% em 2010 para 50% em 2017.
O Deagro/Fiesp informa que dentre as principais atitudes tomadas para tentar minimizar os efeitos da crise se destacaram a busca por melhores oportunidades de compra e o preparo das refeições no próprio domicílio (74%), sendo a maior mostra de internautas, mulheres e classes baixas.
Ainda segundo a pesquisa, 63% afirmaram que pretendem manter parte dos novos hábitos, atingindo principalmente mulheres (65%) e pessoas com renda mais alta (66%), seguido pela classe baixa (58%) e homens (61%).
A pesquisa mostra, além disso, que o consumo de alimentos semiprontos foi afetado em razão da redução do número de pessoas que afirmaram não ter tempo para cozinhar, sendo 46% em 2010 e 38% em 2017. "Com a vida que levo, não tenho tempo para cozinhar em casa", foi a resposta de 46% dos entrevistados em 2010 e de 38% em 2017. Já a afirmação "prefiro comprar alimentos semiprontos para não perder muito tempo cozinhando" atingiu 42% da mostra em 2010 e apenas 28% em 2017.
Quanto à busca de informação por alimentos, a pesquisa mostra que houve total inversão entre TV e internet. Em 2010, a relevância da TV aparecia entre 40% dos entrevistados, hoje esse porcentual é dedicado à internet, que naquele ano detinha apenas 19% da amostra.
Nessa linha, o porcentual de brasileiros que se consideram muito bem informados sobre a importância dos alimentos para a saúde passou de 15% para 21% entre 2010 e 2017.
Já o nível de conhecimento da maioria dos termos relacionados à alimentação aumentou desde 2010, especialmente "orgânicos", passando de 40% para 60%, "sustentabilidade", de 27% para 48% e "emissões de carbono", de 21% para 35%.
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