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Maia: governo deveria reduzir alíquota do PIS/Cofins para R$ 0,29 sobre o diesel

Adriana Fernandes

Brasília

24/05/2018 12h57

Depois de perceber que o impacto de zerar o PIS/Cofins sobre o diesel seria maior do que o divulgado por ele mesmo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira, 24, em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), que o governo reduza "de imediato" a alíquota dos dois tributos de R$ 0,46 por litro para R$ 0,29. "É o mínimo", disse ele.

Até a quarta-feira, ele defendia uma desoneração completa de PIS/Cofins até o fim do ano, como resposta às paralisações dos caminhoneiros que afetam o abastecimento em todo o País.

Essa proposta, que foi incluída no projeto aprovado que aumenta a carga tributária de 28 setores - que passaram a pagar impostos sobre a folha de pagamento - teria um custo de até R$ 10 bilhões, segundo Maia. Na quarta, ele tinha anunciado que a frustração de receitas com a medida seria de R$ 3,5 bilhões. "Isso não é o mais importante", insistiu. "No Refis, o governo projetou R$ 3 bilhões de arrecadação e o resultado foi R$ 35 bilhões."

A redução da alíquota de PIS/Cofins é uma medida que pode ser feita por meio de decreto presidencial. Não precisaria esperar a aprovação do projeto no Congresso.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) viajou nesta quarta para o Ceará, seu Estado natal, o que inviabiliza na prática a votação ainda esta semana.

Representantes do movimento dos caminhoneiros afirmam que a greve só acabará quando a redução dos impostos for publicada no Diário Oficial da União.

Por outro lado, a equipe econômica negociou somente zerar a Cide sobre o diesel - e não o PIS/Cofins. E mesmo assim, a mudança na Cide ficou condicionada à aprovação do projeto da reoneração da folha de pagamento no Congresso.

Maia rejeitou a avaliação de que teria errado nos cálculos do impacto da benesse aos caminhoneiros. "Fiz aquilo que considero que considero correto para o Brasil", disse o pré-candidato à Presidência, minimizando o fato de ter feito uma previsão de perda de arrecadação muito inferior. "Isso não é o mais importante. O preço na ponta está impossível de pagar. O importante é, inconteste, uma solução para a crise."

Ele lembrou que o governo terá uma arrecadação extra com royalties do petróleo por conta do aumento do preço internacional do produto. Para ele, o governo também conseguirá reduzir despesas com a reoneração da folha de pagamentos de 28 setores.

Maia disse que "por enquanto" não está defendendo a redução do PIS/Cofins para a gasolina. "Mas estou mostrando como aumentaram a arrecadação", disse.