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Inadimplência assustou os bancos, que agora estão mais rigorosos, diz BB

Aline Bronzati, Cynthia Decloedt e Eduardo Laguna

São Paulo

29/05/2018 17h32

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou que o salto de inadimplência na recente crise que o País enfrentou "assustou" os bancos, que ficaram mais rigorosos para emprestar. O ativo fundamental para a retomada do crédito, conforme ele, é exatamente a confiança que precisa continuar aumentando.

"Os bancos se assustaram. Nunca tínhamos passado por um volume de inadimplência como o que vimos durante a crise passada. Muitos bancos deixaram de conceder crédito nesse período crise. A retomada exige a volta da confiança no crédito", ressaltou Caffarelli, no Fórum de Investimentos Brasil 2018.

Como exemplo, ele citou as micro, pequenas e médias empresas. Embora este público tenha sido um dos mais impactados na crise político-econômica que o País viveu uma vez que é menos resiliente frente a grandes grupos, já gera uma safra melhor de crédito ao banco. "A safra de crédito para as MPEs no ano passado foi a melhor na história do banco", disse o executivo.

De acordo com Caffarelli, a retomada do crédito está em discussão e vai acontecer em meio à melhora da demanda. Ele ressaltou ainda que os bancos não podem estar ao lado das empresas apenas nos momentos bons, mas também em ambientes mais difíceis. "Faz parte do negócio. Risco faz parte da atividade bancária", destacou ele.

Não deu certo

Ele disse também que ainda há uma "significativa" diferença de spreads (diferença de quanto um banco paga para captar e o quanto cobra para emprestar) nas instituições financeiras de controle estatal como herança da influência do governo no mercado de crédito. Reforçou ainda que essa intervenção "não deu certo".

Segundo o presidente do BB, há competição significativa no setor bancário no Brasil não só com os bancos pares, bem como fintechs e cooperativas de crédito.