Juro no crédito livre cai a 39,2% em maio, diz BC; cheque especial recua a 311,9%
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 56,6% para 53,8% ao ano de abril para maio, enquanto para pessoa jurídica foi de 20,8% para 20,6% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 321,0% ao ano para 311,9% ao ano de abril para maio. No crédito pessoal, a taxa passou de 46,5% para 44,2% ao ano.
No início de abril, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que os bancos vão oferecer a partir de julho um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção valerá para débitos superiores a R$ 200,00. A expectativa da entidade é a de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Os dados divulgados nesta quarta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros permaneceram em 21,5% ao ano em abril.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 25,9% ao ano em abril para 25,0% ao ano em maio. Em maio de 2017, estava em 29,5%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,3% em maio ante abril, aos 21,2% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread médio
O spread bancário médio no crédito livre caiu 2,2 pontos porcentuais, de 33,2 pontos porcentuais em abril para 31 pontos porcentuais em maio, informou o Banco Central. O spread médio da pessoa física no crédito livre caiu mais de 3 pontos, de 48,4 pontos para 45,2 pontos porcentuais em um mês. Para pessoa jurídica, a redução foi menos intensa, de meio ponto, e o spread médio passou de 13,6 pontos para 13,1 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado também recuou ligeiramente e passou de 4,2 pontos em abril para 4,1 pontos porcentuais em maio. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) recuou 1,1 ponto porcentual, de 19,7 pontos para 18,6 pontos no período.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre caiu ligeiramente, de 4,7% em abril para 4,6% em maio, informou o Banco Central. Em maio de 2017, a taxa estava em 5,9%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência também recuou ligeiramente, de 5,1% em abril para 5% em maio. Para as empresas, a taxa cedeu marginalmente de 4,2% para 4,1%.
A inadimplência do crédito direcionado manteve-se estável em 1,9% em maio. Quando é considerado o crédito livre somado ao direcionado, a taxa de inadimplência geral do mercado manteve-se em 3,3%.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 41,3% em abril, marginalmente superior aos 41,2% em março, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 23,1% em abril, ante 23,0% em março.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) seguiu em 20,0% em abril, mesmo patamar observado em março. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou estável em 17,6% pelo sexto mês seguido.
Concessões
As concessões no crédito livre caíram 0,3% em maio ante abril para R$ 274,5 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses até maio, houve expansão de 9,6%.
No crédito para pessoas físicas, as concessões cresceram 1,3% em maio ante abril, para R$ 154,3 bilhões. Em 12 meses até maio, essa cifra cresceu 10,5%.
Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões caíram 2,3% em maio ante abril, para R$ 120,2 bilhões. Essa foi a segunda queda mensal desse indicador de novos empréstimos para as empresas. Em 12 meses até maio, no entanto, ainda há expansão de 8,5% nas concessões para empresas.
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