Greve faz confiança no comércio ter a maior queda desde agosto de 2015, diz CNC
A pesquisa mostra que a greve dos caminhoneiros comprometeu a percepção dos varejistas em relação à economia nas condições correntes. Este subíndice teve uma redução de 8,1% de maio para junho - maior retração registrada nesse quesito desde novembro de 2015. Na opinião de 62,3% dos entrevistados, houve piora no cenário econômico.
"Inevitavelmente, as paralisações de maio afetaram de forma negativa a confiança dos empresários do comércio. Com esse resultado, a percepção dos varejistas apresentou o maior recuo mensal em quase três anos", afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.
O desempenho futuro da economia também puxou para baixo o componente que mede as expectativas dos comerciantes, que, apesar de seguir na zona positiva, com 148,8 pontos, registrou um recuo de 3,9% na variação mensal. A reavaliação dos varejistas em relação à economia acarretou uma queda de 5,5% na comparação com maio - a maior em quase três anos (-5,6% na passagem de junho para julho de 2015).
Já na comparação anual, o indicador apresentou alta de 1,7%. O desempenho positivo sugere expectativas melhores tanto para a economia quanto para o comércio em 2018. Recentemente, a CNC projetou uma alta de 5% para o volume de vendas do varejo ampliado em 2018. Em relação ao PIB, a entidade também ajustou sua previsão de crescimento de 2,6% para 2,1%.
Entre os três subíndices que avaliam as condições de investimento do comércio, a contratação de funcionários foi a mais afetada pela greve dos caminhoneiros, com redução de 1,8% na comparação mensal. Apesar desse recuo, o indicador segue no campo positivo com 113,7 pontos e alta de 8,7% na comparação com junho de 2017.
Em relação aos estoques, após o fim da crise de desabastecimento causada pela greve dos caminhoneiros, levantamento da CNC apontou que 15,2% dos varejistas brasileiros ainda consideram o nível abaixo do adequado. Nos três meses anteriores à paralisação, esse indicador foi em média de 13,8%.
Entre os varejistas especializados em bens de consumo não duráveis, a CNC avalia que os estoques já se encontram praticamente normalizados. Já no varejo de bens de consumo não duráveis, a sensação de desabastecimento é mais persistente, apontada por 17,2% dos entrevistados.
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