BNDES estuda três projetos sobre risco cambial, diz presidente
"Neste exato momento há três projetos que estão sendo analisados e está se fazendo testes de custos. Hoje sai mais caro captar lá fora do que captar aqui", disse Dyogo, lembrando que recentemente foi feita uma emissão de Letras Financeiras do BNDES, captando a 102% do CDI.
"Uma captação em um mercado externo chegaria aqui no Brasil após cobertura de risco cambial a quase 130% do CDI. Portanto, eu diria que hoje o que está sendo estudado na ABGF é exatamente o custo dessa proteção cambial que torna o dinheiro mais caro do que captar localmente", afirmou o presidente do BNDES.
Ele contou essa experiência porque o Brasil tem observado, principalmente nos projetos de infraestrutura, um nível de financiamento (equity) muito baixo. Isso porque os investidores hoje, tanto estrangeiros como os domésticos, colocam pouco capital próprio nos projetos e fazem uma alavancagem muito grande. Isso, de acordo com o presidente do BNDES, é uma sinalização muito positiva de um lado porque significa que o sistema financeiro brasileiro tem capacidade de prover essa alavancagem.
"De outro lado significa que os investidores estão colocando pouco capital em risco, o que para mim significa percepção de risco elevado. Esse é um elemento que precisa ser considerado", alertou Dyogo.
A outra questão reside em como se pode oferecer aos investidores a proteção de risco cambial. Por isso, de acordo com ele, nos próximos leilões de aeroportos será mantida, como nos anteriores, uma parcela da outorga atrelada a um indicador de variação cambial.
"Então, havendo uma variação cambial que extrapole aquele patamar, haverá uma redução da outorga. Ou seja, seria o governo assumindo o risco cambial. Essa é uma solução que é viável naqueles projetos em que há pagamento de outorga", disse, acrescentando que, entretanto, há o estudo com a ABGF.
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