CBIC: nenhum candidato demonstrou que vai reduzir o MCMV ou mexer no programa
Petrucci citou que o programa habitacional já resultou na contratação de 6 milhões de moradias no País e está consolidado como um política de Estado. "Não vejo condições de nenhum candidato ou presidente eleito não dar continuidade ao programa", sintetizou.
Por sua vez, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, alertou para a falta de recursos do Orçamento da União para a faixa 1 do MCMV, que é destinada à população de baixa renda e que requer até 90% de subsídios dos cofres públicos. Atualmente, há cerca de 35 mil obras inacabadas no setor por falta de recursos, disse Martins. E com a indefinição do Orçamento para 2019, as contratações neste segmento estão paralisadas.
"Neste momento, não têm saído novos editais. O orçamento pra 2019 está sendo constantemente cortado. Com responsabilidade, o Ministério das Cidades tem cortado os editais, pois há risco de faltarem recursos no ano que vem. E nós temos ficado quietos, pois ninguém quer contratar sem recursos garantidos", explicou o presidente da CBIC. "Até este ano, não sabemos se a meta de contratação será cumprida na faixa 1, pois o orçamento de 2019 ainda está pronto", completou.
Lançamentos
A CBIC prevê que os lançamentos de imóveis residenciais no País deverão encerrar o ano com uma alta de 5% a 10% e uma expansão de 10% a 20% nas vendas. No acumulado dos últimos 12 meses até junho de 2018, os lançamentos totalizaram 96,0 mil unidades (crescimento de 15,6%), enquanto as vendas atingiram 113,9 mil unidades (crescimento de 24,6%). "Acreditamos que 2018 vai fechar melhor do que em 2017. Estamos conservadores, mas otimistas com o mercado imobiliário", disse Petrucci.
As projeções para o acumulado do ano indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento em comparação com o visto no acumulado dos últimos 12 meses. Petrucci avaliou que o mercado poderia estar melhor, mas a indefinição sobre os rumos da política e da economia têm inibido ou postergado boa parte das decisões de investimentos. "Não temos uma situação melhor no mercado por conta da situação política e institucional do País. Está difícil para os empresários tomarem coragem de colocar mais ofertas de imóveis na rua", completou.
Petrucci disse ainda que o nível atual dos estoques é de equilíbrio e mostra tendência de queda, resultante de um volume de vendas superior ao de lançamentos. Esse enxugamento dos estoques poderia servir de incentivo para que a indústria de construção e incorporação imobiliária acelerasse o desenvolvimento de novos projetos, mas o baixo nível de confiança no País atrapalha um avanço mais robusto do setor, na sua avaliação. "Não falta produto, nem demanda. Falta mais confiança do empresário e crédito para mais lançamentos."
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