Venda da Eldorado pode ir a arbitragem
Anunciada no dia 2 de setembro do ano passado, a operação envolvendo a aquisição da Eldorado, por R$ 15 bilhões (incluindo dívidas), ocorreu poucos meses depois de as delações dos irmãos Batista virem à tona, em maio. À época, a J&F, holding da família, passou a vender diferentes negócios - como Alpargatas e Vigor para levantar recursos.
A Eldorado foi a operação mais valiosa colocada à venda. A PE concordou em comprar 100% da companhia, em negociação que seria concluída em um ano - o prazo vence na próxima segunda-feira, 3.
À época, a companhia de celulose foi avaliada em R$ 15 bilhões, incluindo débitos de R$ 7,5 bilhões. Nos últimos meses, a empresa desembolsou R$ 3,8 bilhões, equivalente a 49,4% do negócio, incluindo as participações dos fundos de pensão Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa) e fatia minoritária do ex-executivo José Carlos Grubisich. Nos meses seguintes, o valor restante, de R$ 4,2 bilhões, passou a ser negociado com os bancos detentores de ações da companhia.
Os controladores entendem que a PE não quer liberar as garantias dadas por eles à época que o negócio foi fechado, segundo fontes. Nessas garantias estão dívidas com bancos, como o BNDES e FI-FGTS, ações da família em outros negócios da holding J&F, segundo fontes. Os compradores, por sua vez, afirmam que encontraram dificuldades extras impostas pelos vendedores para a liberação dessas garantias, de acordo com pessoas a par do assunto. Em meio às negociações, o dólar se valorizou ante o real e o preço da celulose registrou alta.
Impasse
Diante do impasse - e o curto prazo para a conclusão de 100% da compra da empresa -, a negociação poderá ser discutida na câmara arbitral para fazer valer o acordo fechado no início de setembro passado. O processo ocorre sob sigilo.
Como o acordo para venda do controle expira no dia 3 de setembro, o tempo seria curto para concluir o negócio nos termos acertados há um ano, sem que o valor da operação seja revisto.
Procurada, a J&F não comenta. Em nota, a Paper Excellence informa que vem cumprindo todas as cláusulas estipuladas no contrato e reitera que está pronta para realizar o fechamento, tendo disponíveis, desde meados de julho, todos os recursos necessários à conclusão da transação (R$ 10,8 bilhões em recursos próprios). BNDES e Caixa não retornaram os pedidos de entrevista.
Dona do maior frigorífico de carne bovina do mundo, a família Batista vendeu importantes negócios de sua holding, a J&F para ganhar liquidez. A Alpargatas foi vendida para o Itaúsa por R$ 3,5 bilhões. Já a Vigor, fabricante de lácteos, para a mexicana Lala em uma operação avaliada em R$ 5 bilhões. A família também vendeu negócios de carnes da América do Sul para o Minerva, por cerca de R$ 1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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