Juro no crédito livre cai a 38% em agosto, diz BC; cheque especial fica em 303,2%
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa seguiu em 303,2% ao ano. No crédito pessoal, a taxa média subiu de 44,6% para 44,9% ao ano.
Desde o início de julho, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Os dados divulgados nesta quarta pelo BC mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros médios recuaram ligeiramente, de 22,3% em julho para 22,2% em agosto.
Levando-se em conta todas as operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), a taxa média de todo o mercado seguiu em 24,5% em agosto. Um ano antes, em agosto de 2017, estava em 28,3%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) recuou de 20,9% para 20,8% entre julho e agosto. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre caiu meio ponto porcentual no mês passado e passou de 29,4 pontos porcentuais em julho para 28,9 pontos em agosto, informou o Banco Central. O spread médio da pessoa física no crédito livre caiu de 42,7 para 42,2 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o indicador recuou ainda mais, de 12,7 pontos para 12 pontos de um mês para o outro.
O spread médio do crédito direcionado, ao contrário, subiu ligeiramente e passou de 4 pontos em julho para 4,1 pontos em agosto. Apesar desse aumento marginal observado no crédito direcionado, o spread médio no crédito total (livre e direcionado) recuou de 17,8 pontos para 17,6 pontos no período.
Concessões de crédito
As concessões no crédito livre subiram 6,7% em agosto ante julho, para R$ 293,3 bilhões, informou o Banco Central. Houve avanço de 11,2% em 12 meses até agosto.
No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 5,7% em agosto ante julho, para R$ 164,8 bilhões. Em 12 meses até agosto, há alta de 10,6%.
Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões subiram 7,9% em agosto ante julho, para R$ 128,6 bilhões. Em 12 meses até agosto, o avanço é de 11,9%.
Setores
O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária cresceu 2,9% em agosto, para R$ 23,430 bilhões, informou o Banco Central. Em um ano, esse estoque teve aumento de 5,3%.
Já o saldo dos financiamentos para a indústria manteve-se estável no mês passado, em R$ 660,919 bilhões. Em um ano, essa carteira voltada às indústrias registra contração de 7,4%. Já o montante de crédito para o setor de serviços teve aumento de 1,4%, para R$ 722,028 bilhões. Em 12 meses até o mês passado, essa carteira cresceu 5,7%.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 6,6%, aos R$ 28,043 bilhões.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre passou de 4,3% em julho para 4,2% em agosto, informou o Banco Central. Em agosto de 2017, a taxa estava em 5,6%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência seguiu em 5,0%. Para as empresas, a taxa passou de 3,4% para 3,3%.
A inadimplência do crédito direcionado passou de 1,6% em julho para 1,7% em agosto.
Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência seguiu em 3,0% de julho para agosto.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 41,8% em julho, ante 41,7% em junho, informou nesta quarta o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 23,5% em julho, ante 23,4% em junho.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 20,2% em julho, mesmo porcentual verificado em junho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 17,7% em julho, ante 17,8% em junho.
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