Renan Filho cobra ressarcimento da União por Ceal e responsabiliza TCU
"Não é contra a privatização, é uma ação contra o não recebimento do valor da empresa quando ela foi federalizada, porque ela era estadual. Pedimos uma liminar para não venderem antes de pagar. Se eles venderem um patrimônio nosso e não pagarem a gente, como é que eles vão pagar depois?", questionou o governador.
Segundo Renan Filho, a União deveria ter pago R$ 150 milhões ao Estado em 1998. Atualizado, o valor supera R$ 1 bilhão. O governador disse estar disposto a negociar um acordo com o governo federal. "A única coisa que ele não pode é privatizar sem pagar Alagoas", disse.
"Ninguém é mais disposto a negociar do que eu. Sempre fui. Nós devemos à União e não queremos receber em dinheiro, mas, sim, abater a dívida. A gente deve à União bastante, Alagoas é o Estado mais endividado proporcionalmente do País, apesar do nosso governo ter sido o que mais reduziu o endividamento de Alagoas na história recente do Estado", afirmou.
O governador disse que a União também não é contra o acordo e responsabilizou o TCU pelo impasse. "Para conciliar, precisa de assinatura de servidores públicos, e nesse clima em que a gente vive no Brasil hoje, em que as pessoas são processadas pelo TCU e depois respondem por atos administrativos, algumas pessoas não se sentiram confortáveis para assinar, sobretudo no governo federal, apesar de entenderem que o acordo era a melhor solução. São coisas que acontecem no Brasil de hoje", disse ele. "Não é resistência, eles (governo federal) gostariam de fazer um acordo. Mas no Brasil não está fácil fazer acordo. O servidor público sabe que é melhor, mais vantajoso, mais barato, vai ajudar o Brasil a voltar a crescer, mas não é fácil. Os caminhos são sempre muito complexos", acrescentou.
Diante dessas dificuldades, o governador disse que é preciso aguardar a decisão do STF. "Estamos aguardando decisão do Supremo. Quando judicializa, é porque chegamos a um ponto em que havia necessidade do arbitramento exercido pelo Poder Judiciário", disse.
A Eletrobras não aceitou renovar a concessão da Ceal em junho de 2016 e, desde então, está sob regime de designação, operando a distribuidora à espera da licitação. Questionado sobre o fim do período de designação, que acaba em 31 de dezembro, o governador disse que o problema é da União, não do Estado. "A companhia é federal e o governo federal vai ter que dar um jeito de fornecer energia a todos os Estados que têm companhias federalizadas. Eu não estou com essa responsabilidade de dizer o que vai ocorrer. Quem tem que dizer é o governo federal", afirmou.
Renan Filho disse ainda que o ministro Moreira Franco informou que a rejeição do projeto de lei que destravaria a venda da Amazonas Energia no Senado não afeta as empresas que já foram privatizadas neste ano, caso da Cepisa (Piauí), Ceron (Rondônia), Boa Vista Energia (Roraima) e Eletroacre.
"Ele (Moreira Franco) disse que não há nenhum problema com relação às empresas que já foram privatizadas, e que o governo está caminhando no sentido de continuar com as privatizações possíveis até o fim do ano", comentou o governador.
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