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Presidente da Ford cobra programa Rota 2030

André Ítalo Rocha

São Paulo

23/10/2018 15h58

O presidente da Ford para a América do Sul, Lyle Watters, afirmou nesta terça-feira, 23, que, para que o mercado brasileiro de veículos cresça mais do que se espera para 2019, o Congresso tem de aprovar o Rota 2030, nova política do governo federal para o setor automotivo. A votação do parecer sobre o Rota 2030 estava prevista para esta terça na comissão mista da medida provisória que instituiu o programa, mas foi adiada para quarta-feira. A declaração de Watters foi dada antes do anúncio do adiamento.

A reunião da comissão foi adiada para que houvesse tempo de serem concluídos pontos ainda em aberto no relatório. Até a semana passada, havia uma divergência entre senadores do Nordeste em relação ao formato de prorrogação do regime automotivo para aquela região. O prazo regimental para apreciação na comissão é até quinta-feira. O prazo para apreciação no plenário do Congresso é 14 de novembro.

Para o presidente da Ford, as vendas de veículos devem crescer de 5% a 12% no ano que vem, independentemente de quem seja o presidente eleito. No entanto, disse que, para o mercado avançar mais, "a primeira coisa que precisamos é da aprovação do Rota 2030". O programa concede R$ 1,5 bilhão por ano em incentivo fiscal às montadoras, que em troca têm de investir, também por ano, R$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.

De qualquer forma, Watters afirmou que está esperando o resultado da eleição e vai aguardar para ver como será a política econômica do próximo governo. "É importante ter clareza sobre o que vai acontecer", disse, durante evento da montadora que mostrou alguns carros que serão exibidos no Salão do Automóvel, que ocorrerá em novembro em São Paulo.

Em 2018, as vendas devem terminar com crescimento de 13%, diz a Ford. Portanto, a previsão para o ano que vem é de leve diminuição do ritmo de expansão. Segundo o vice-presidente de marketing, vendas e serviços da montadora, Natan Vieira, a expectativa de desaceleração se deve à cautela com o novo governo, a uma incerteza com o dólar e a dúvidas sobre a aprovação do Rota 2030.