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Inflação em outubro foi maior para as famílias mais pobres, diz Ipea

Daniela Amorim

Rio

19/11/2018 13h09

O aumento nos preços dos alimentos e os reajustes na tarifa de energia elétrica penalizaram mais os brasileiros mais pobres nos últimos meses, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que as famílias com renda mais baixa sentiram uma inflação de 0,49% em outubro. No mesmo período, o custo de vida aumentou 0,42% para as famílias de renda mais elevada.

A alta de 0,91% no custo da alimentação consumida dentro de casa e o avanço de 0,12% na tarifa de energia elétrica pressionaram mais a inflação das famílias de menor poder aquisitivo, para quem o peso desses itens na cesta de consumo é maior, apontou o Ipea.

O indicador separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 900 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 9 mil, no caso da renda mais alta. O IPCA de outubro ficou em 0,45%.

A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até janeiro deste ano estava em 2,1%, o equivalente a 1,6 ponto porcentual inferior à taxa de 3,7% de inflação acumulada pelas famílias mais ricas.

"Em outubro, entretanto, essa diferença recuou para 0,99 p.p.", informou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa do Grupo de Conjuntura do Ipea, em nota oficial.

Segundo o Grupo de Conjuntura, o cenário para a inflação dos próximos meses permanece benigno, sem focos de pressão que ponham em risco o cumprimento da meta perseguida pelo Banco Central tanto para 2018 (4,5%) quanto para 2019 (4,25%). Nos 12 meses encerrados em outubro, o IPCA ficou em 4,56%.