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Ação da Via Varejo cai com troca de comando

Dayanne Sousa

27/12/2018 07h40

A troca de comando da Via Varejo (dona da Casas Bahia e Ponto Frio) - a quarta desde 2014 - e a decisão de seu controlador, o grupo francês Casino, de vender sua participação na companhia na Bolsa, caso não encontre um comprador para o negócio, derrubaram as ações da varejista ontem. Os papéis recuaram 5,7%, cotados a R$ 4,30, a maior queda do Ibovespa.

Na sexta-feira, o conselho do Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlado pelo Casino, anunciou ao mercado a venda de parte da participação que detém na rede de eletroeletrônico em Bolsa e o retorno do executivo Paul Estermann à presidência da companhia. Em fevereiro passado, o executivo havia deixado a rede de eletroeletrônicos para presidir o GPA, sendo foi substituído por Flávio Dias.

A empresa vai vender em Bolsa hoje 50 milhões de ações, o equivalente a 3,86% do capital. Os papéis serão oferecidos a R$ 4,42. A operação deve movimentar R$ 221 milhões.

Os controladores da Via Varejo, que detêm 43,3% da companhia, colocaram a varejista à venda há dois anos, mas não receberam nenhuma proposta firme pelo negócio.

A empresa informou, em comunicado, na sexta-feira, que a fatia restante do GPA no capital da varejista de eletroeletrônicos ainda poderá ser vendida para um investidor estratégico, mas o grupo considera se desfazer os papéis da empresa na Bolsa até o fim de 2019.

Em relatório divulgado ontem, o banco Brasil Plural considerou a troca de comando da rede "assertiva" e a venda de papéis da empresa "em linha" com expectativas de mercado.

Reestruturação. A gestão da companhia voltará para as mãos de Estermann, que saiu da presidência da Via Varejo no início de 2019. O executivo vai continuar no conselho do Grupo Pão de Açúcar. Caberá a ele reestruturar novamente a empresa, até a saída definitiva do Casino do negócio.

A dona da Casas Bahia e do Ponto Frio tem passado por dificuldades nos últimos anos. A estratégia dos controladores de separar o negócio de comércio eletrônico na empresa CNova foi vista como um erro. A principal concorrente, a Magazine Luiza, que integrou lojas físicas e e-commerce, é hoje destaque na Bolsa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.