Sem agenda fechada, Bolsonaro é ofuscado por Moro em Davos
Por enquanto, Moro tem uma agenda mais carregada que a do próprio presidente, Jair Bolsonaro, que faz sua estreia internacional no evento na Europa. A delegação brasileira viaja dia 21 e ainda é composta pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, pelo chanceler Ernesto Araujo e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Mas é para Moro que as atenções estarão direcionadas. Fontes do alto escalão de Davos indicaram ao jornal "O Estado de S. Paulo" que querem saber do ministro quais seus planos para combater a corrupção no País. No dia 22 de janeiro, Moro será um dos principais integrantes de um debate sobre "restaurar confiança e integridade". Ele divide o palco com a presidente da entidade Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio, e com o especialista suíço Mark Pieth.
"Níveis historicamente baixos de confiança entre acionistas estão no coração de muitos desafios políticos e econômicos no mundo", escreveu o Fórum. "Como empresários, governos e sociedade civil podem restaurar integridade e confiança em liderança?", questiona Davos.
Dois dias depois, Moro será o principal nome de um debate sobre "crime globalizado". Ele divide o palco com o secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, e com uma especialista britânica, Karin von Hippel.
"Um oitavo da fortuna global está envolvida em atividades financeiras ilícitas, o que afeta o funcionamento tanto do setor público como privado", indicou Davos. "Como novos parcerias podem ajudar a dar um fim a esses ciclos?", propõe o Fórum.
Ao presidente Bolsonaro, Davos reservou um palco exclusivo para que o brasileiro faça sua alocução, provavelmente na terça-feira. Mas, por incertezas no programa diante da ausência de Donald Trump e outros líderes, o evento com Bolsonaro ainda não aparece na agenda oficial de Davos. Os organizadores, porém, insistem que o presidente brasileiro terá seu espaço.
O presidente ainda participará de um jantar organizado pelo Fórum, mas fora do centro de conferências. Ali, vai debater o "futuro da América Latina" em termos de revolução tecnológica com o CEO da Microsoft, com o presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, Ivan Duque, da Colômbia, Lenin Moreno, do Equador, e o peruano Martin Alberto Vizcarra. "Como a América Latina pode abraçar as oportunidades da tecnologia?", questiona o Fórum, como tema central do encontro.
Bolsonaro, porém, ficará de fora de um debate organizado na sala principal de Davos entre os presidentes do Paraguai, Costa Rica, Colômbia, Equador e Peru. Sob o título de "um novo dia na América Latina", o encontro aponta que, em 2018, "mais de 400 milhões de latino-americanos escolheram seus novos líderes em oito países nas urnas". "Quais oportunidades e riscos estão adiante, enquanto um novo capítulo se abre na região?" questionam os organizadores.
Entre os empresários, Paulo Cesar de Souza e Silva, CEO da Embraer, também falará sobre segurança. Luciano Huck, apresentador de TV, ainda foi escalado para falar sobre a "reconstrução da confiança da sociedade na América Latina". "Uma onda de transformação política pela América Latina visa lidar com as desigualdades e aumentar a participação política", indicou Davos.
Quem não tem agenda por enquanto é o chanceler Ernesto Araujo, que vem promovendo um discurso de críticas à globalização.
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