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Confiança da Construção fica estável em janeiro ante dezembro, revela FGV

Maria Regina Silva

São Paulo

28/01/2019 08h42

O Índice de Confiança da Construção (ICST) deste mês de janeiro permaneceu no mesmo nível do registrado em dezembro, em 85,4 pontos, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados nesta segunda-feira, 28. Contudo, em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 1,2 ponto, marcando a quinta elevação consecutiva.

O desempenho do ICST no primeiro mês do ano retrata que as expectativas dos empresários voltaram ao nível de janeiro de 2018, indicando uma posição cautelosa do setor empresarial em relação à evolução da demanda nos próximos meses, avalia Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre.

"No entanto, a carteira de contratos das empresas melhorou bastante ao longo do ano passado e começa 2019 em alta, o que explica a percepção mais favorável referente ao ambiente corrente de negócios. A sondagem de janeiro traz indicadores que devem se traduzir em números positivos para o setor ao longo de 2019", observa Ana Maria.

De acordo com a FGV, a estabilidade do ICST no primeiro mês deste ano foi influenciada exclusivamente pela melhora da situação atual. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,4 ponto, para 75,1 pontos, a maior marca desde abril de 2015 (75,5 pontos).

O resultado positivo do índice veio da contribuição do indicador que mede a situação atual da carteira de contratos, que avançou 1,3 ponto, para 73,4 pontos, o nível mais elevado desde junho de 2015 (73,9).

O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 0,6 ponto, para 95,9 pontos. A queda das expectativas foi influenciada pelo indicador que apura a demanda prevista para os próximos três meses, que caiu 3,8 pontos, atingindo 93,4 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor variou 0,1 ponto porcentual, para 66,7%. Já o Nuci para Mão de Obra ficou estável, enquanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos subiu 0,2 ponto porcentual.

Conforme a FGV, os componentes da confiança do segmento de edificações tiveram resultados mistos, resultando em recuo de 6,3 pontos da diferença entre o IE e o ISA. A diferença atual (12,8 pontos), explica, representa o menor nível desde novembro de 2016 (12,4), reflexo da melhora na percepção dos empresários do mercado imobiliário em relação ao momento atual.

"Existe grande expectativa em relação à retomada do mercado imobiliário, que em 2018 registrou crescimento nos lançamentos e vendas. O segmento foi o que teve maior alta em sua carteira de contratos em janeiro, o que reforça a percepção positiva em relação à atividade", avalia Ana Maria Castelo. Contudo, ela pondera que o momento ainda não se assemelha ao verificado em anos anteriores. "Nada que possa ser comparado ao boom do período 2007 a 2012, como mostra o recuo das expectativas."

A edição de janeiro de 2019 coletou informações de 556 empresas entre os dias 2 e 23 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem da Construção ocorrerá em 25 de fevereiro.