Fitch rebaixa rating da Vale e coloca nota em revisão para eventual rebaixamento
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 28, a Fitch aponta que o rebaixamento reflete a expectativa de que a empresa terá pela frente "pesados custos de reparação como resultado do acidente em Brumadinho". De acordo com a agência, o corte na nota de crédito da Vale também vem na esteira de expectativas de que as multas contra a empresa serão "substanciais, já que o acidente de mineração ocorreu aproximadamente três anos depois que outra barragem se rompeu".
Além disso, a Fitch argumenta que suas ações de rating são uma expectativa de diminuição da produção no curto prazo e no investimento adicional para remediação e outras despesas para garantir a segurança em várias outras barragens da Vale. "O acesso da empresa ao financiamento provavelmente também será prejudicado devido a preocupações com questões ambientais, sociais e de segurança", afirmou a agência.
Nos cálculos da Fitch, em um cenário em que a Vale perde toda a produção do complexo de Paraopeba, o Ebitda da companhia cairia de estimados US$ 15 bilhões em 2019 para US$ 13,6 bilhões, considerando US$ 60 por tonelada o preço do minério de ferro. "Em uma base pro forma, isso elevaria a alavancagem líquida projetada da empresa de 0,7x para 0,8x", aponta a agência, que acredita em uma elevação desses índices devido a reparações, multas e outras possíveis obrigações a serem impostas sobre a Vale.
No comunicado, a agência também aponta que a Vale utilizou processamento a seco para cerca de 40% de sua produção, enquanto os 60% restantes exigiram barragens de rejeitos, sendo 136 no Brasil. "Se a produção nessas barragens for interrompida em qualquer um dos outros locais devido a qualquer uma das agências reguladoras e/ou a preocupação de autoridades federais sobre essas várias barragens de rejeitos, os ratings da Vale podem sofrer rebaixamentos adicionais", afirmou a Fitch.
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