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Governo está revendo Rota 2030, mas não há proposta alternativa, diz secretário

André Ítalo Rocha

São Paulo

15/02/2019 13h14

O secretário da Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, afirmou na manhã desta sexta-feira, 15, em palestra para empresários em São Paulo, que o governo está revendo o Rota 2030, programa criado pelo governo Michel Temer e destinado ao setor automotivo, com incentivo fiscal em troca de investimento em pesquisa e desenvolvimento.

"Assim como todos os programas, estamos revendo o Rota 2030. É um programa que já é uma grande evolução em relação ao Inovar-Auto (antigo programa para o setor), que foi aprovado, que tem de ser bem executado, que os recursos têm de ser bem direcionados, mas temos de rever para garantir efetividade e que os incentivos sejam adequados aos fins", disse o secretário.

Ele afirmou, no entanto, que o governo ainda não tem uma proposta concreta alternativa ao Rota 2030. Mas garantiu que não serão mudanças bruscas. "Não pretendemos fazer proposta que mude tudo. Mas quando há outro governo eleito de maneira legítima, há coisas que precisam ser revistas. É governo com linha bastante diferente em relação a anteriores", disse.

Todas as mudanças que serão propostas, segundo ele, serão planejadas, previsíveis, anunciadas e com o objetivo de garantir o Estado de Direito.

O Rota 2030 começou a ser discutido pelo governo Temer com representantes do setor em 2017. Após negociações, o projeto foi enviado ao Congresso e aprovado no fim do ano passado.

Impostos

Segundo Carlos da Costa, o governo pretende reduzir a carga tributária do Brasil, que hoje está em mais de 30% do PIB, para 20%.

"Não vamos aumentar impostos. Pelo contrário, vamos diminuir, primeiro de uma forma leve e depois queremos chegar aos 20% de carga tributária, que é um valor razoável. Para o nível de renda brasileira, o projetado é 22%, enquanto nós temos mais de 30%", disse o secretário, enquanto enumerava as prioridades do novo governo.

Aos empresários, o secretário pediu ainda que ninguém o procurasse no governo para pedir subsídio ou proteção, como, segundo ele, ocorria em governos anteriores. "O MDIC, antigo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, era um balcão. Esse balcão está fechado", afirmou, sendo aplaudido em seguida.