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Produtos químicos têm déficit recorde da balança para mês de janeiro

Fabiana Holtz

São Paulo

25/02/2019 15h06

O déficit da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 2,5 bilhões em janeiro, recorde para o mês em toda a série histórica do indicador, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A performance do mês passado é resultado de importações que somaram US$ 3,6 bilhões, superando em 13% o informado um ano antes, enquanto as exportações atingiram US$ 1 bilhão, com recuo de 17% ante igual período do ano anterior. Em 12 meses, o déficit somou US$ 30,2 bilhões.

Em nota, a associação destaca que as importações mensais têm sido superiores a US$ 3 bilhões, desde abril de 2018, com a retomada das compras internas. No período, o grupo de produtos mais importado pelo País foi o de intermediários para fertilizantes. Esse segmento representou 17,3% do total importado (US$ 618,8 milhões), com expressivo aumento de 57,7% em relação às importações desses produtos de um ano antes.

Na ponta das exportações, as resinas termoplásticas mantiveram a liderança, representando 16,4% (US$ 171,4 milhões) das vendas externas brasileiras de produtos químicos, apesar do recuo de 7% do valor exportado na comparação com janeiro de 2018.

Volumes

Em volumes, as importações de produtos químicos registraram um salto de 24,2% em relação a um ano antes, somando 3,6 milhões de toneladas. Ante dezembro, porém, foi registrada retração de 13,6%. A performance, segundo a Abiquim, pode ser atribuída à elevação das compras de intermediários para fertilizantes, que totalizaram 2,1 milhões de toneladas, com aumento de 36,1% na comparação com o primeiro mês de 2018.

As exportações, por sua vez, diminuíram 25,2% no mês passado no comparativo anual, alcançando 1,2 milhão de toneladas, devido em grande parte à redução de vendas ao exterior de produtos inorgânicos, com declínio de 31,9%.

Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Abiquim, chamou a atenção em nota ao preço do gás natural no Brasil, três vezes superior ao preço norte-americano. "É necessário que o custo de energia e insumos permita às empresas brasileiras competirem no mercado nacional e internacional, caso contrário o Brasil continuará a ser mercado de desova de produtos excedentes de outros países".