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EUA dizem que ainda é preciso 'fazer muito' para acordo com China ser alcançado

Victor Rezende

São Paulo

27/02/2019 13h00

O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, afirmou nesta quarta-feira que as relações entre Washington e Pequim representam o "maior desafio comercial" já enfrentado pelos EUA e comentou que, apesar das negociações com autoridades chineses apresentarem progresso real, ressaltou que ainda é preciso "fazer muito" para que um acordo seja alcançado. "Estamos em negociações importantes e cruciais com a China neste momento. Estamos determinados a proteger nosso país da ameaça representada pela China em diversas áreas, como na proteção de propriedade intelectual", afirmou.

Sabatinado no Comitê de Meios e Medidas da Câmara dos Representantes dos EUA, Lighthizer disse que o presidente Donald Trump deseja, sobretudo, que um possível acordo com a China contenha proteção à tecnologia e à propriedade intelectual das empresas americanas que operam em solo chinês. De acordo com o representante comercial americano, os EUA já estão pressionando a China por algumas mudanças, que sejam "estruturais", e não estão somente pressionando os chineses por mais compras de produtos americanos. "Para que alcancemos nossos objetivos, há reformas que precisam ser feitas na China."

Durante seu depoimento, Lighthizer não deixou de fazer críticas a Pequim. De acordo com ele, a China controla seu mercado e tem práticas comerciais "injustas". Pensando nesse assunto, o representante comercial apontou que a questão tecnológica irá direcionar o rumo das futuras conversas entre os dois países e será decisiva para saber se um acordo com os chineses será alcançado, e comentou que um possível acordo será um ato do Poder Executivo e não passará pelo Congresso, o que gerou algumas críticas de alguns deputados democratas, que pedem para que um acordo contenham demandas dos dois partidos.

No último fim de semana, Trump foi ao Twitter para dizer que, com o progresso em torno das questões envolvendo propriedade intelectual, o período de trégua comercial seria estendido para além de 1º de março. Caso a extensão não ocorresse, Washington elevaria a alíquota tarifária sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses de 10% para 25%.