Integrante da CCJ diz que tratar de carreira militar foi 'equívoco'
Em nota divulgada nesta quarta, o parlamentar avalia que "a questão da carreira poderia vir em outro momento, em uma discussão separada e não junto com a reforma da Previdência".
Segundo o deputado, a abertura de tratamento diferenciado dentro da reforma da Previdência vai aumentar a pressão de categorias sobre os parlamentares e pode desfigurar o texto apresentado pelo governo.
"O lobby de determinadas categorias, como o Judiciário, já toma conta dos corredores do Congresso Nacional e tende a crescer", diz o parlamentar na nota.
Bueno reclamou ainda da falta de um diálogo mais estreito do governo com o Congresso, o que gera, segundo ele, dificuldades para a tramitação da reforma da previdência. "Ou a reforma é para todo mundo ou não é para ninguém. Se ficarmos estabelecendo uma série de regimes especiais, não chegaremos ao resultado pretendido. No caso dos militares, por exemplo, a mudança proposta, com a criação e ampliação de gratificações incorporadas aos soldos, representará uma economia pequena, de cerca de R$ 10 bilhões em 10 anos. Entendemos que é uma categoria especial, mas a questão de reformulação da carreira deveria ser tratada de forma separada e não junto com a reforma da Previdência", reforçou.
Na avaliação do deputado, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ser militar e ter em postos chaves de seu o governo um número grande de integrantes das Forças Armadas acaba sendo um complicado. Bueno disse que fica a impressão de que o presidente está dando tratamento especial na reforma da Previdência justamente para sua categoria.
O deputado se diz um defensor da reforma da Previdência, mas, destaca que "uma reforma que tenha como principal foco o combate aos privilégios e que não acabe criando outros por meio do estabelecimento de categorias especiais".
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