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Bancada do PSL na Câmara fecha questão em favor da reforma da Previdência

Renato Onofre de Souza

Brasília

28/03/2019 11h55

A bancada do PSL na Câmara dos Deputados fechou na manhã desta quinta-feira, 28, questão em favor da reforma da Previdência. Os parlamentares do partido presidente Jair Bolsonaro devem estar entre os primeiros a serem recebidos por equipes do Ministério da Economia para discutir a proposta. A bancada, contudo, deixou em aberta a possibilidade de mandar as alterações no texto.

"Se tiver alguns ajustes, a bancada vai fazer através de destaques. Mas o importante é que fechamos a questão unanimemente", afirmou o presidente do PSL, Luciano Bivar.

Na semana passada, o líder do partido na Câmara, o deputado delegado Waldir (GO), criticou duramente o projeto encaminhado pelo governo que trata da reestruturação das carreiras das Forças Armadas e da aposentadoria dos militares. "O governo nos mandou um abacaxi e não temos como descascá-lo com os dentes. É preciso nos dar a faca", disse em coletiva.

Na manhã desta quinta-feira, Waldir mudou de posição: "Estamos construindo o diálogo. O governo está trazendo o facão para descascar", disse completando: "E vamos comer o abacaxi docinho".

O partido informou ainda que o parlamentar que não votar a favor da Previdência poderá até ser expulso da legenda. Participaram da reunião 32 dos 54 deputados da legenda. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Felipe Franceschini (PR), não veio.

Os líderes do governo na Câmara e no Congresso, Major Vitor Hugo (GO) e Joice Hasselmann (SP), respectivamente, tiveram brevemente no encontro. Ambos receberam críticas internas nos últimos dias por falta de interlocução com o grupo. Para deputados ouvidos pelo Estado, a conversa com eles serviu para alinhar "alguns pontos" da comunicação interna.

Durante o encontro, parlamentares da legenda também avaliam a informação de que parte da bancada estaria insatisfeita com a liderança do delegado Waldir. Especulado, general Girao (PSL-RN) negou que esteja se candidatando, mas deixou clara a insatisfação. "Não quero ser o líder. Eu quero é ser liderado", afirmou.

Na saída, Bivar e Waldir negaram desentendimentos internos e avaliaram que o assunto não passava de "fofoca".

Fogo amigo

A decisão oficial do PSL ocorre após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que não foi à CCJ para não levar "tiros nas costas" dos próprios aliados. Após as declarações, Bivar convocou correligionários para oficializar o apoio.