Guedes: Bolsonaro pensou na dimensão política quando ligou para Petrobras
"Petrobras que decide reajuste, não é ministro da Economia ou presidente da República. Petrobras é realmente independente para estabelecer o preço de petróleo", disse Guedes.
O ministro lembrou que estava nos Estados Unidos durante o ocorrido, em reunião do FMI, quando ficou sabendo do "incidente de que houve percepção de que o presidente interferiu" no reajuste, que acabou não sendo feito pela estatal. Segundo ele, Bolsonaro esclareceu na reunião desta terça-feira que ele pensou "numa dimensão política", em torno do reajuste. Desde o início de março há uma articulação de caminhoneiros sobre uma possível nova greve.
Guedes afirmou ser "absolutamente natural" que o presidente se preocupe com isso. "Há seis meses o Brasil praticamente parou. Mesmo que tivesse subido 5,7% o preço ainda está abaixo do que foi. O preço não está abusivo", disse o ministro da Economia. De acordo com ele, Bolsonaro disse que estavam "jogando diesel" no seu "chop", enquanto o governo comemorava 100 dias de gestão.
"Ficou claro que tinha duas dimensões. Tem uma dimensão econômica que é a integridade da prática de preços da Petrobras. Ficou muito claro a preocupação (do presidente) em relação aos caminhoneiros. Caminhoneiros fizeram lista com 13 razões de preocupação, 12ª era o diesel", completou Guedes. "Presidente pediu para que explicássemos o aumento. Não foi decisão de política econômica que ele tomou. Se fosse para criar regra de política nova, presidente teria conversado comigo", disse ainda.
O ministro da Economia afirmou também que o governo separou política de preços da Petrobras das demais preocupações dos caminhoneiros. Ele citou as medidas estruturantes anunciadas mais cedo para o setor de transporte rodoviário, como o cartão caminhoneiro e o crédito para caminhoneiros autônomos.
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