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Cenário base é desembolsos do BNDES de 2019 ficarem alinhados com 2018

Vinicius Neder

Rio

25/04/2019 18h49

O cenário base do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é desembolsar em 2019 um valor "alinhado" com o total liberado em 2018, afirmou nesta quinta-feira, 25, Irecê Kauss, chefe do Departamento de Produtos e Inovação da Área de Planejamento Estratégico da instituição de fomento. Ano passado, o BNDES desembolsou R$ 69,3 bilhões, queda de 4,9% ante 2017 em termos reais, e menor valor liberado pelo BNDES desde 1996.

A executiva do BNDES evitou fazer estimativas para os desembolsos para este ano. Segundo ela, é difícil ter uma "posição firme" sobre as perspectivas de desembolsos no início do ano, por isso, o BNDES trabalha com "diversos cenários". Ao ser questionada sobre qual era o "cenário base", Irecê respondeu: "É alinhado com o ano passado".

A chefe de departamento do BNDES também evitou estimar se seria possível atingir esse nível de desembolsos mesmo com a devolução antecipada de R$ 126 bilhões da dívida do banco com o Tesouro Nacional. Pelo cronograma firmado em julho do ano passado, o BNDES devolveria R$ 26 bilhões este ano, mas o Ministério da Economia pede um adicional de R$ 100 bilhões.

Segundo Irecê, como já dito pelo presidente do BNDES, Joaquim Levy, as equipes do banco de fomento e do ministério estão "traçando um caminho" para fazer a devolução pedida para este ano. Há um mês, ao comentar os resultados financeiros do BNDES em 2018, Levy afirmou apenas que os números estão sendo estudados.

"Acredito que (a devolução) será significativa, alinhada em espírito com a expectativa do governo", afirmou Levy, na ocasião. "Estamos nos preparando para fazer retorno dos recursos para o Tesouro de maneira ordenada", completou.

Nesta quinta-feira, o BNDES informou que desembolsou, no primeiro trimestre de 2019, R$ 14,48 bilhões para empréstimos já aprovados, alta nominal (sem descontar a inflação) de 30% ante igual período de 2018. Descontando a inflação, a alta foi de 24,8%. Ao mesmo tempo, as aprovações de novas operações (R$ 9,9 bilhões) recuaram 38% em termos nominais e as consultas por empréstimos, primeiro passo do processo de pedido junto ao BNDES, que serve como termômetro do apetite por crédito para investir, ficaram em R$ 8,34 bilhões no primeiro trimestre, tombo de 41%.

Sobre a queda nas consultas, Irecê afirmou que o BNDES está em "compasso de espera" diante da demanda por crédito por parte dos grandes projetos de investimento. Já a alta nos desembolsos seria reflexo de valores liberados para operações aprovadas no fim do ano passado, especialmente na infraestrutura. Em dezembro de 2018, as aprovações somaram R$ 21,3 bilhões, alta real de 38% ante igual mês de 2017.