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Ações da Uber custarão US$ 45 e empresa deve atingir valor de US$ 82,4 bi

Bruno Romani

São Paulo

09/05/2019 21h07

Um dia antes de estrear na bolsa, o Uber determinou o preço de suas ações. De acordo com a companhia, cada papel começará o dia de negociações sendo vendido a US$ 45 cada - e, se assim terminar, no fim do dia a companhia será avaliada em US$ 82,4 bilhões.

Isso significa que, caso as expectativas sejam atendidas, a startup de transporte compartilhado deve levantar US$ 8,1 bilhões com a venda de ações - valor abaixo da rival Lyft, que em março levantou US$ 10 bilhões, segunda maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) desde a estreia do Aliababa na bolsa em 2005.

Após a meta inicial de preço das ações no IPO, prevista para ser entre US$ 48 e US$ 55 cada, o Uber reduziu as expectativas para US$ 44 a US$ 50. Isso garantiu uma reavaliação no valor estimado da empresa para algo entre US$ 80 bilhões e US$ 91 bilhões - significativamente abaixo dos US$ 90 bilhões a US$ 100 bilhões visados inicialmente.

A redução está relacionada ao IPO da Lyft, rival do Uber, que estreou com ações em US$ 72 e hoje vive no patamar em torno de US$ 60 - nesta quinta-feira, 9, a companhia fechou em alta de 4,3%, com ações avaliadas em US$ 55,18.

Cadê o lucro?

O desafio do Uber agora é mostrar que o seu negócio é sustentável e pode ser lucrativo. De acordo com o Uber, a empresa perdeu US$ 1,1 bilhão nos primeiros três meses do ano, valor semelhante ao perdido pela rival Lyft, que registrou perdas de US$ 1,14 bilhão no mesmo período. Porém, o Uber faturou US$ 959 milhões no Brasil ao longo do ano de 2018, um crescimento de 15% na comparação com o ano anterior.

Após uma década como empresa privada, a companhia até hoje não retornou lucros e financiou suas operações e expansão com capital de risco. Segundo o Crunchbase, desde a fundação a empresa já recebeu US$ 24 bilhões em aportes. Entre a lista de investidores estão o Paypal, Google Ventures, Jeff Bezos, Softbank e Baidu - até Shawn Fanning, fundador do Napster, o conhecido programa para compartilhar música, investiu na companhia em seus primeiros anos.

Recentemente, a companhia já afirmou que estima perdas durante anos, e que pretende se estabelecer como uma "espécie de Amazon": uma plataforma tecnológica diversificada: além das caronas, ela foca em entrega de comida, bicicletas, patinetes elétricos e carros autônomos.

Até aqui, foi uma viagem e tanto para o Uber. Chamado de UberCab, a startup foi fundada em 2009 por Travis Kalanick. O aplicativo foi para as ruas no ano seguinte, quando estreou em São Francisco, nos Estados Unidos. Atualmente está em 700 cidades e 63 países, sendo líder de mercado em boa parte desses locais.