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Ata: importante observar economia ao longo do tempo, livre de efeitos de choques

Eduardo Rodrigues

Brasília

14/05/2019 09h58

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reafirmou nesta terça-feira, 14, na ata de seu último encontro, que "julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com menor grau de incerteza e livre dos efeitos dos diversos choques a que foi submetida no passado".

O BC passou a destacar também "o grau de incerteza a que a economia brasileira continua exposta". Esse trecho foi uma novidade no comunicado do encontro da semana passada, quando o colegiado manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano, pela nona vez consecutiva.

O Copom voltou a considerar que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto prazo.

Ao sinalizar a intenção de observar o comportamento da economia "ao longo do tempo", sendo que essa avaliação não será concluída no "curto prazo", o BC reforça a percepção, presente em parte do mercado financeiro, de que terá cautela antes de se decidir por mais cortes da Selic ou pelo início de um ciclo de alta.

Tanto é que, na ata agora divulgada, a instituição também repetiu a ideia de que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação. Esta abordagem já aparecia tanto no comunicado da semana passada quanto nos documentos publicados pelo BC no ano passado.

"Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente", disse o colegiado na ata, ao tratar da decisão.

Em outro trecho do documento, o BC voltou a defender a continuidade do processo de reformas e ajustes na economia brasileira, visto como "essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".

Ao mesmo tempo, o BC repetiu na ata a ideia de que "a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes".

No documento, o Copom reiterou ainda que a atual conjuntura "prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural".

De acordo com o BC, a decisão de manter a Selic em 6,50% ao ano na semana passada "reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em maior grau, de 2020".