É preciso R$ 1 tri de potência fiscal para lançar capitalização, diz Guedes
"Vou trocar a expressão 'capitalização' por 'poupança garantida'. Os ricos adoram capitalizar, e criticam quando propomos capitalização para os pobres. Na poupança garantida o jovem levará os recursos para o futuro", afirmou o ministro, durante palestra de mais de uma hora de duração no Seminário Previdência, organizado pelo jornal Correio Braziliense.
Guedes esclareceu que os recursos da chamada poupança garantida não serão geridos pelos bancos, mas, sim, por instituições de previdência. "É um mercado novo", explicou.
O ministro mais uma vez garantiu que nenhuma pessoa que entre no regime de capitalização receberá menos que um salário mínimo como aposentadoria. "Vamos levar os recursos pro futuro, vamos democratizar a poupança. Ao invés de desaparecer no buraco fiscal de Brasília, os recursos serão aplicados. E quanto maior a acumulação de capital, maior é a produtividade do trabalho", acrescentou.
Para Guedes, a aprovação da reforma da Previdência e o lançamento do regime de capitalização promoverão um choque de criação de empregos para jovens nos próximos dois anos. "É preciso sacrificar os contemporâneos ou vamos empurrar conta para filhos e netos", completou.
O ministro criticou os altos encargos trabalhistas que incidem hoje sobre a folha de pagamentos das empresas, que voltou a chamar de arma de destruição em massa de empregos. "O trabalhador ganha pouco e custa muito para empresas, isso é um crime. Hoje, para cada brasileiro poder aposentar, é preciso acabar com uma vaga de emprego", concluiu.
Elogios ao Congresso
Em meio aos atritos entre o Executivo e o Legislativo, o ministro da Economia repetiu ter "absoluta confiança" na classe política brasileira. "Tenho certeza que a classe política vai assumir protagonismo, e a classe econômica vai ajudar", afirmou.
Segundo o ministro, os gastos crescentes e descontrolados do Estado quase derrubaram a democracia brasileira, mas Guedes descartou qualquer ameaça a essa democracia no momento atual. "Isso é uma crise fictícia. O Brasil é uma democracia consolidada, ninguém é dono desse País. Não posso concordar com qualquer leitura pessimista sobre momento brasileiro", completou.
Em mais de uma hora de palestra, o ministro voltou a avaliar que o Brasil é uma sociedade aberta, com poderes independentes e imprensa livre. "Somos um país riquíssimo. Basta deixarmos o País funcionar. Tivemos governos dirigistas que deixaram o orçamento ser capturado por corporações. Um governo assim é generoso com essas corporações, mas não sobram recursos para o resto da população", criticou.
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