No Brasil, fusão entre Fiat Chrysler e Renault coloca empresa no topo do mercado
Segundo a FCA, a junção resultaria em mais de ? 5 bilhões de ganhos por ano em sinergias e não haverá fechamento de nenhuma fábrica. O grupo ítalo-americano tem 102 fábricas no mundo e o francês, 34. Juntos, empregam quase 380 mil funcionários.
Se Nissan e Mitsubishi, que já formam uma aliança global com a Renault - hoje abalada após a prisão do líder Carlos Ghosn, por suspeitas de fraudes -, também participarem da fusão com a FCA, a nova companhia seria praticamente imbatível no mercado, com vendas superiores a 15 milhões de veículos. A Volkswagen, maior grupo automotivo no ano passado, vendeu 10,6 milhões de veículos.
A Renault informou que vai "estudar com interesse a oportunidade de uma aproximação", mas não deu prazo para a decisão.
A parceria, tendência global que vem sendo avaliada por todas as marcas, "faz todo sentido pois não há dinheiro que chegue para atender o novo mercado", afirma Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting, referindo-se ao novo papel das montadoras com a chegada de veículos com elevado índice tecnológico, conectados, elétricos e autônomos.
Beneficiado
Cardamone acredita que o Brasil será um dos grandes beneficiados. "O novo grupo passaria a ter importante escala de produção e seria líder, com quase 30% do mercado". Segundo ele, "só a consolidação de áreas como financeira, contábil e de recursos humanos resultaria em corte absurdo de custos".
Para a Fiat Chrysler, a parceria daria acesso a novas tecnologias, como a de carros elétricos, segmento que a marca francesa lidera na Europa. Já a Renault poderia entrar no gigante mercado norte-americano.
Dona de marcas de automóveis que incluem as luxuosas Maserati e Alfa Romeo, a FCA cita grandes economias em compras, eficiências em pesquisa e desenvolvimento, em manufatura e ferramental, redução de número de plataformas de veículos e de motores.
Os resultados já seriam positivos a partir do segundo ano de sinergia, prevê a FCA. Pelos cálculos da empresa, os rendimentos combinados chegariam a 170 bilhões, com lucro líquido de mais de 8 bilhões.
O ex-presidente da FCA, Sergio Marchionne, morto em 2018 e responsável pela compra da americana Chrsyler pela italiana Fiat, vinha negociando parcerias há vários anos. Houve discussões com Volkswagen, GM e PSA Peugeot Citroën, sem sucesso. Foi ele quem começou as conversas com a Renault.
Em visita ao Brasil na semana passada para anunciar a nova fábrica de motores em Betim (MG), o presidente mundial da FCA, Mike Manley, confirmou que o grupo "sempre busca fortalecer sua posição e continuará fazendo isso." Outra recente parceria global é a da Ford e Volkswagen, inicialmente para a área de picapes e vans. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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