Juro no crédito livre cai a 38,9% em abril; taxa do cheque especial sobe a 323,3%
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 322,7% ao ano para 323,3% ao ano de março para abril. No crédito pessoal, a taxa passou de 45,3% para 45,9% ao ano.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200.
A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano.
Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 21,4% ao ano em março para 21,3% em abril.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), ficou estável em 25,3% ao ano de março para abril. Em abril de 2018, estava em 25,7%.
ICC
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,1% em abril ante março, aos 21,2% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread
O spread bancário médio no crédito livre caiu de 31,6 pontos porcentuais em março para 31,4 pontos porcentuais em abril, informou o Banco Central.
O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 46,1 para 45,8 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 12,8 para 12,9 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado seguiu em 4,1 pontos porcentuais de março para abril.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) continuou em 19,2 pontos porcentuais no período.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no crédito livre caiu de 3,9% para 3,8% na passagem de março para abril, informou o Banco Central. Em abril de 2018, a taxa estava em 4,6%.
Para pessoa física, a taxa de inadimplência seguiu em 4,7%. Para as empresas, a taxa passou de 2,8% em 2,7%.
A inadimplência do crédito direcionado foi de 1,9% para 2,0% de março para abril. Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência permaneceu em 3,0%.
Endividamento
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 43,3% em março, ante 43,2% em fevereiro, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento foi de 24,8% em março, ante 24,7% em fevereiro.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.
Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em 19,9% em março, mesmo patamar de fevereiro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda seguiu em 17,5% na passagem de fevereiro para março.
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