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Superávit primário do setor público consolidado em abril era esperado, diz BC

Eduardo Rodrigues

Brasília

31/05/2019 13h33

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, comentou nesta sexta-feira, 31, que o superávit primário de R$ 6,637 bilhões do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) em abril era um resultado esperado. "Temos um conjunto de receitas sazonais em abril que ocasionam superávits no mês", afirmou, destacando que o resultado foi melhor que o saldo positivo de R$ 2,900 bilhões de abril de 2018.

Rocha destacou ainda que o superávit primário de R$ 19,974 bilhões no primeiro quadrimestre do ano é o melhor para o período desde 2015 (R$ 32,4 bilhões).

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central avaliou que a melhora do superávit primário do Setor Público Consolidado em abril ocorreu apesar da contínua piora do rombo da Previdência Social.

Rocha destacou ainda que os governos regionais tiveram um superávit de R$ 731 milhões em abril, ante um déficit de R$ 2,486 bilhões no mesmo mês do ano passado. "No começo de novos governos, a tendência é de um controle melhor de despesas, pela entrada de equipes novas ou para tomar melhor pé da situação das contas estaduais. Além disso, as receitas de transferências têm aumentado", explicou.

Ele disse ainda que o superávit primário de R$ 17,895 bilhões dos governos regionais no primeiro quadrimestre de 2019 e o melhor para o período na série histórica do BC. "Em geral, os resultados primários são melhores no primeiro semestre. No segundo semestre, as despesas são os fatores sazonais mais relevantes. Portanto, é mais comum o acúmulo de superávits no começo do ano, e de déficits na segunda metade", explicou.

Conta de juros

Rocha disse que houve uma redução "muito grande" na conta de juros pagas pelo setor público consolidado, devido às operações com swaps no mês. Os juros pagos em abril somaram R$ 34,685 bilhões, um volume R$ 8,9 bilhões inferior aos R$ 43,546 bilhões de março.

"A perda com swaps foi de R$ 12 bilhões em março e de apenas R$ 1,5 bilhão em abril. Sem o efeito dos swaps, a conta de juros teria ficado praticamente estável, considerando os dois dias úteis a mais no mês passado", completou ele.