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Demanda e investimentos fracos impedem recuperação nos serviços, diz IBGE

Daniela Amorim

Rio

13/06/2019 13h01

A demanda enfraquecida e a falta de investimentos são elementos que têm dificultado uma recuperação do setor de serviços, segundo Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de difusão de serviços - que mede a proporção dos 166 segmentos investigados com avanços no volume prestado - aumentou de 44,0% em março para 48,8% em abril.

"Ainda está negativo, ainda tem mais da metade dos serviços com queda em relação ao mesmo mês do ano anterior", ressaltou Lobo.

Em relação a abril de 2018, o volume de serviços recuou 0,7%, com perdas em duas das cinco atividades pesquisadas. O destaque foi a queda de 5,0% nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, pressionado pelo transporte rodoviário de carga, aéreo de passageiros, operação de aeroportos e ferroviário de cargas.

O outro resultado negativo foi de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,8%), explicado por decréscimos nas empresas de soluções de pagamentos eletrônicos, limpeza geral, transporte de valores, gestão de ativos intangíveis não financeiros e vigilância e segurança privada.

Os avanços ocorreram nos serviços de informação e comunicação (2,1%), serviços prestados às famílias (3,6%) e outros serviços (1,2%). O agregado especial das atividades turísticas ficou estável (0,0%) em abril de 2019 em relação a abril de 2018.

"Tem um cenário ainda muito enfraquecido economicamente, a demanda enfraquecida", mencionou Lobo. "A gente tem uma freada clara dos investimentos públicos de 2014 para cá, e que não foram compensados por aumento nos investimentos privados. As sondagens davam conta de algum tipo de melhoria depois das eleições de 2018, mas as expectativas não se confirmaram. A gente vê um discurso de que algumas reformas precisam ser aprovadas para que haja algum tipo de estimulo de parte do empresariado para retorno de investimentos, mas a gente não tem certeza se esse retorno de fato vai acontecer", completou o gerente da pesquisa do IBGE.