Campos Neto vê forte desaceleração na economia externa
"O ano de 2019 começou e tivemos uma desaceleração na expectativa para 2020. Teremos um crescimento menor, mas muito provavelmente com os números da Europa e Ásia, e números importantes hoje da China, esse número tende a cair mais", disse o presidente do BC.
Segundo ele, as expectativas de juros em dezembro e março sinalizam um movimento de reprecificação nas economias externas. "O mundo enxerga que viveremos com juros mais baixos nos Estados Unidos, Inglaterra e Europa", acrescentou Campos Neto.
Como pano de fundo para os juros menores, ele citou a tensão comercial, o envelhecimento da população, fatores geopolíticos e polarização política como tem ocorrido na Argentina. "A percepção que temos é a falta de instrumentos para lutar contra crescimento mais baixo", resumiu Campos Neto em evento do Santander Brasil.
IBC-Br
Campos Neto afirmou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta segunda não é o crescimento que o Brasil "deseja e merece", mas que há uma recuperação importante. O indicador subiu 0,30% em junho, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,10%.
"Olhamos para o PIB e notamos uma precificação para baixo recente, mas a partir do segundo semestre esperamos que melhore um pouco", disse Campos Neto.
Sobre a taxa básica da economia, a Selic, o presidente do BC afirmou que após o recuo na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que baixou os juros para 6,0% ao ano, ainda há espaço para "queda adicional".
Reservas cambiais
Campos Neto disse que o Brasil tem reservas cambiais que o colocam em posição sólida para enfrentar crises. Ao fim de julho, a posição cambial líquida do País era de R$ 326 bilhões.
"Hoje (segunda) é um dia desafiador porque a Argentina, com problemas, subiu os juros e está vendendo moeda no mercado. Mas o Brasil está bastante preparado para este cenário", disse Campos Neto.
Para ele, além da reforma da Previdência, as outras reformas estruturais devem ajudar o Brasil a ter uma melhora de rating. "Nunca entendemos quer era necessária somente a reforma da Previdência. O Brasil precisa estar engajado em outras reformas", acrescentou.
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