Orçamento sofre com indexações que puxam despesa obrigatória, diz Mansueto
O secretário negou que exista uma proposta para demissão de servidores, "de acabar com a estabilidade" do funcionalismo. "Uma boa pauta de Maia é a discussão sobre reforma administrativa. Hoje, o salário de ingresso em algumas carreiras do serviço público é muito alto e o servidor chega no topo muito cedo, com 34, 35 anos. No Tesouro, por exemplo, um analista, que pode ter acabado de ser formar, entra com um salário mensal de R$ 19 mil. Isso precisa ser revisto", defendeu.
Mansueto afirmou que, mesmo com as limitações orçamentárias, o teto de gastos não deve ser revisto, pois o problema é o "crescimento excessivo da despesa obrigatória, com indexações e obrigações". "Mantidas as condições atuais, mesmo com teto de gastos, o governo central terá déficit primário de R$ 31 bilhões (0,4% do PIB) ao fim de 2022. Como esses resultados negativos começaram em 2014, completaríamos nove anos de déficit primário", disse.
Por isso, acrescentou ele, a ideia do governo é "fazer um ajuste fiscal cortando a despesa, pois carga tributária do Brasil é muito alta, cerca de 10 pontos em relação ao PIB acima da média mundial". Mansueto, então, lembrou que, para o Brasil voltar a fazer um superávit primário que fosse suficiente para colocar a dívida bruta em trajetória de queda ante o PIB, precisaria de um "ajuste fiscal de quase 4 pontos do PIB, de cerca de R$ 280 bilhões, em relação ao nível atual". Segundo ele, isso precisa ser debatido junto ao Congresso - e Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, são bons interlocutores.
O secretário do Tesouro disse ainda esperar que o plano de socorro a Estados e municípios, elaborado por ele, seja aprovado no Congresso ainda neste ano. Perguntado sobre o fato de o relator do projeto na Câmara e líder do PDT, André Figueiredo (CE), estudar uma forma de que Estados com selos de bons pagadores (A e B) também sejam beneficiados, Mansueto disse não entender a demanda do parlamentar. "Estados com nota A e B já têm acesso a mais crédito, já têm mais espaço para contratação", justificou.
Mansueto acrescentou, no entanto, que seu "plano" é pequeno não se destina a "salvar" Estados e municípios. "Só o controle da despesa com pessoal, ativo e inativo, pode salvar as contas de Estados e municípios. E isso só ocorre com uma reforma da Previdência. Se os Estados não fizerem, a situação tende a piorar mais", afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.