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Infraero: venda de fatia em 4 aeroportos deve ocorrer em 2020

Infraero espera poder executar a venda de sua participação nos aeroportos de Guarulhos (SP, foto), Galeão (RJ), Brasília (DF) e Confins (MG) a partir do segundo semestre de 2020 - Fepesil/Futura Press/Estadão Conteúdo
Infraero espera poder executar a venda de sua participação nos aeroportos de Guarulhos (SP, foto), Galeão (RJ), Brasília (DF) e Confins (MG) a partir do segundo semestre de 2020 Imagem: Fepesil/Futura Press/Estadão Conteúdo

Mariana Durão

Rio

16/09/2019 18h45

A Infraero espera poder executar a venda de sua participação nos aeroportos de Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Brasília (DF) e Confins (MG) a partir do segundo semestre de 2020, disse o presidente da estatal, brigadeiro Hélio Paes de Barros, durante inspeção das obras no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. A empresa é detentora de 49% desses aeroportos, concedidos durante o governo Dilma Rousseff.

A companhia está em fase de contratação da consultoria que fará a avaliação dos ativos para colocá-los no mercado. Depois disso, terá que ser definida a modelagem dessa venda, que faz parte do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Os atuais sócios majoritários dessas concessões são tidos como os principais candidatos à compra dessas fatias, mas Paes de Barros avalia que tudo dependerá da modelagem adotada.

"O 'valuation' vai me dizer, por exemplo, se vale a pena abrir o capital, como os acionistas vão se comportar, se vão permitir que o outro tenha direito a voto também. Coisas dessa natureza que podem valorizar mais o ativo, inclusive quem tem os 51%, e faça com que o negócio possa ser melhor para todas as partes", afirmou.

Hoje, Guarulhos tem entre os sócios as empresas Invepar e a Airports Company South Africa. No Galeão, a Changi é majoritária após comprar a fatia da Odebrecht Transport. Em Brasília, o sócio privado é a Inframerica e, em Confins, o consórcio é formado por CCR e Zurich AG.

O brigadeiro assumiu o comando da Infraero em julho e diz que um dos pilares de sua gestão é cumprir o cronograma de concessões estabelecido pelo governo Bolsonaro. O governo pretende conceder ao setor privado toda a rede de aeroportos que ainda está sob a responsabilidade da Infraero.

A sexta rodada de concessões está em fase de estruturação. A previsão é que serão leiloados no segundo semestre de 2020 mais 22 aeroportos, divididos em três blocos regionais. Já a sétima e última rodada, prevista para o primeiro trimestre de 2022 incluirá, entre outros, os dois terminais considerados "a joia da coroa" da Infraero: Congonhas e Santos Dumont.

O aeroporto do Rio de Janeiro está em obras de manutenção desde o dia 24 de agosto. O cronograma de entrega das obras está mantido para o dia 21 de setembro, quando os voos redirecionados para o Galeão retornam ao Santos Dumont. Paes de Barros falou em outras possíveis "ampliações cirúrgicas" para valorizar o ativo para a futura concessão.

Paes de Barros destacou que a Infraero deverá se tornar a mola mestra dos aeroportos regionais do País, mas que para isso será preciso haver uma política de governo que dê sustentabilidade ao negócio. Boa parte desses aeroportos são deficitários e, portanto, a ideia seria usar o Fundo Nacional de Aviação Civil para sua operação. "A Infraero como empresa não vai poder entrar num negócio em que só vai tomar prejuízo", disse.

Sobre a possibilidade de liquidação da Infraero, o executivo disse acreditar na capacidade da companhia de se manter como uma grande prestadora de serviços, com grande expertise no setor de aeroportos. "Se não conseguirmos manter a estabilidade entre o que a gente tem que pagar de folha de pagamento e o que a gente pode fazer em termos de serviço, pode até acontecer isso, mas eu acredito que não. A empresa tem bons serviços, experiência nesse negócio e tem condições de prosseguir", afirmou.