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Não existe estudo de mudança da remuneração da poupança neste momento, diz BC

Fabrício de Castro, Eduardo Rodrigues e Aline Bronzati

Brasília

26/09/2019 13h59

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que não existe nenhum estudo sobre mudança na remuneração nas cadernetas da poupança. "Sempre acompanhamos as migrações nos fluxos de categorias dos investimentos. Não existe nenhum estudo da mudança da remuneração da poupança sendo feita pelo BC. Não reconheço. Não estamos fazendo isso. Avaliamos a migração e se isso está sendo feita de forma saudável", explicou ele, em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 26.

No mês passado, o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou que a Selic no piso histórico e a abertura do caminho para corrigir os financiamentos imobiliários pela inflação têm provocado uma nova e polêmica discussão na equipe econômica e bancos, que é a mudança das regras de remuneração da poupança.

A ideia por trás dessa eventual alteração, segundo apurou o Broadcast com fontes, é desatrelar a rentabilidade das cadernetas à taxa básica de juros com o argumento de que é preciso fazer com que essas contas acompanhem os indicadores usados nos financiamentos imobiliários - o principal destino do dinheiro da poupança.

A remuneração da poupança foi alterada pela última vez há menos de dez anos, em 2012, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff em um ambiente de queda do juro para um novo piso histórico. Agora, a equipe econômica cogita mudar regras novamente e uma alternativa seria atrelar a rentabilidade da caderneta ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Hoje, a poupança é remunerada pela Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, somada a 70% da taxa básica da economia. A regra atual, alterada no governo da ex-presidente Dilma, entra em vigor toda vez que a Selic cair abaixo dos 8,5% ao ano para depósitos feitos após maio de 2012.